Tão importante quanto Santa Catarina ter registrado em agosto um crescimento de 6.130 vagas de empregos formais é a diversificação dos setores que apresentaram melhorias nos saldos entre o número de contratações e o de demissões. Se em meses anteriores sempre havia uma ou outra atividade puxando os números para cima, desta vez os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, mostram mais solidez na recuperação do mercado catarinense. Afinal, quatro locomotivas da economia apresentaram desempenho positivo: indústria, serviços, comércio e construção civil. Essa abertura do leque é um recado importante para um Estado cuja pujança econômica está alicerçada na diversidade de setores relevantes. É justamente esta variedade de segmentos fortes que faz com que Santa Catarina normalmente sinta menos do que outras unidades da Federação os efeitos de crises como a que enfrentamos. Especialistas costumam afirmar que o Estado é o último a entrar na espiral da crise e o primeiro a conseguir sair dela. O destaque de setores-chave, como comércio, serviços e indústria, injeta ânimo em Santa Catarina. O Estado é o segundo que mais abriu frentes de trabalho no Brasil em agosto – aparece atrás apenas de São Paulo. Há um detalhe importante que faz esta notícia ser recebida com entusiasmo: mês tradicionalmente favorável ao emprego por marcar o começo do ciclo de aquecimento da economia rumo às festas de fim de ano, agosto vinha registrando resultados ruins nos últimos anos, e agora volta a apresentar um fechamento capaz de gerar confiança.
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Os números do Caged mostram uma retomada consistente de crescimento e reforçam indicativos recentes de que o pior da crise pode mesmo ter ficado para trás. Há quem garanta que as 1,5 mil vagas abertas em serviços e outras mil no comércio são resultado de apenas um dos pilares de sustentação da economia, que é o aumento do consumo a partir de diferentes causas, como a liberação do FGTS.Mas também há quem identifique que já é possível voltar a apostar em avanço dos negócios. A partir desta leitura de cenário, o pilar mais sólido – que é o aumento dos investimentos – pode estar sinalizando uma retomada, mesmo que tímida, por causa do otimismo gerado por índices positivos como este dos empregos formais.