Apenas seis das 30 metas e estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE) foram alcançadas total ou parcialmente nos últimos três anos, e essa é uma questão preocupante para um país dependente da qualidade de ensino para avançar economicamente. O balanço do Observatório do PNE (OPNE), uma plataforma formada por 24 organizações parceiras, coordenada pelo movimento Todos Pela Educação, não surpreende nem nos resultados, nem nas causas. Por isso, deve ser visto como um alerta do muito que o país ainda precisa fazer para assegurar uma educação de qualidade a todas as crianças e jovens em idade escolar.
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As explicações para a dificuldade de avanços no ensino estão justamente na falta de um plano estratégico que estabeleça uma ordem de execução dos compromissos assumidos nos três âmbitos da federação. Os problemas se agravam porque uma meta depende do cumprimento de outra, dando margem à criação de nós que vão ficando cada vez mais difíceis de serem desfeitos.
Entre os objetivos que ainda precisam ser cumpridos, está a garantia de matrícula para todas as crianças entre quatro e cinco anos de idade. A estimativa é de que pelo menos 500 mil delas ainda estejam fora da escola, o que reforça a responsabilidade dos gestores municipais, aos quais cabe encontrar soluções imediatas. Crianças sem atenção nessa faixa de idade tendem a enfrentar mais dificuldade para se alfabetizar e, em consequência, para assimilar novos conteúdos. Quando isso acontece, ficam mais expostas aos riscos de evasão escolar, prejudicando inclusive seu futuro profissional.
É hora de o país rever tudo na área educacional, unindo esforços dos municípios, dos Estados e da União, para fazer do ensino um instrumento efetivo de crescimento. Esse é um debate que precisa envolver toda a sociedade, não apenas o setor público, conhecido pela falta de eficiência e pelo mau uso do dinheiro dos contribuintes.
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