Uma nota oficial divulgada pelo grupo Objetiva nesta segunda-feira reacendeu a polêmica envolvendo o Prêmio Jabuti, que na quinta-feira anunciou os vencedores de sua 54ª edição.

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É a Objetiva, por meio da Alfaguara, que edita a obra adulta de Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras. Na apuração, seu romance Infâmia ganhou nota zero do jurado C depois de ter recebido 10 e 9,5 dos outros dois jurados – seus nomes só serão revelados na noite da premiação, em 28 de novembro. Nihonjin (Benvirá), de Oscar Nakasato, foi o livro vencedor.

Esta não é a primeira vez que uma editora se manifesta contra a decisão do Jabuti. Em 2010, a Record reclamou do regulamento, que permitiu que Chico Buarque, segundo lugar em romance, ganhasse o prêmio de livro do ano. Isso não acontece mais.

Presidente do grupo, Roberto Feith questiona se, quando o jurado C definiu o seu voto no último escrutínio, ele tinha conhecimento dos votos dos demais jurados para cada finalista nos escrutínios anteriores. Pergunta ainda se o jurado teria atribuído a mesma nota zero ao romance em todas as rodadas de votação.

– Ao se confirmarem estas informações, fica evidente uma manipulação do resultado por parte de um dos jurados. Seu voto, em vez de refletir uma avaliação qualificada de cada uma das obras finalistas, pode evidenciar a determinação de eleger uma obra vencedora a qualquer custo – escreve Feith.

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Segundo a Câmara Brasileira do Livro, já na primeira etapa, o jurado C não votou em Ana Maria. “

– Foi tudo feito dentro do regulamento, mas eu não chamaria este jurado de novo. Vamos melhorar o regulamento – comenta Mansur Bassit, diretor executivo da CBL