A corrente minimalista, que engloba aqueles que correm descalços, que me desculpe, mas este papo é um tanto consumista. E o gasto em artigos esportivos que encantam este atleta não é motivado pela estética. Embora ela não precise ser descartada e até seja bem-vinda, a busca pela performance e conforto resumem o porquê de investir pesado.
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Acontece que até o mais indisciplinado corredor de final de semana, mesmo que não confesse publicamente, deseja lá no íntimo ir mais longe e mais rápido a cada desafio. O que dizer daqueles fanáticos, cujos segundos a menos e metros a mais são comemorados com a dimensão de um feito homérico?
Então, um tênis adequado para um sujeito com pisada neutra, pronada (pé chato) ou supinada (pé côncavo) passa a ser questão limítrofe para evitar, por exemplo, uma lesão. Lá se vão R$ 700 num pisante anatômico.
O tênis é importantíssimo, mas não é tudo! Perder gordura corporal, ganhar massa muscular e ter reposição adequada nos treinos não é mais coisa só de atleta profissional. Portanto, procurar um nutricionista esportivo (R$ 300 a consulta), adquirir drágeas de BCAA, aminoácidos que auxiliam na recuperação (R$ 50), comprar Whey Protein para reconstrução muscular após um longão (R$ 140) e carboidratos complexos em gel (R$ 80 a caixa) passam a ser rotina.
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Se suar por aí tem um princípio de superação solitária, então nada melhor que se unir a um grupo de corrida. Lá se vão R$ 80 para participar de uma equipe e ter seu treinador montando planilhas personalizadas. Aí você vai querer viajar com os novos amigos para as provas.
Será preciso R$ 80 para a inscrição, e se a prova for num raio de até 500 quilômetros uns R$ 500 para gasolina e hospedagem do pernoite (sem a família, hein!).
Claro que camisas que absorvem o suor (R$ 90), meias de compressão (R$ 60), bonés dry fit (R$ 50) e um óculos adaptado (R$ 300) são imprescindíveis.
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Bom, só nesse artigo já foram gastos R$ 2.430,00, mas, se serve de consolo, este corredor começou, há dois anos, com um tênis qualquer e uma camisa de algodão, não conseguindo percorrer 5k sem pedir água. Há algumas semanas, completou, aos 45 anos, uma meia maratona (21,3k) em 1h45min, com 12 quilos a menos no corpo e uma tonelada a mais de autoestima. Ou seja, um investimento totalmente pago!