O grupo de empresários mobilizados pela implantação de uma via gastronômica de peixes e frutos do mar na Ilha dos Espinheiros, em Joinville, enxerga como cada vez mais próxima a possibilidade de tornar a ideia realidade. Os editais de licitação para as primeiras obras de revitalização das ruas Prefeito Baltazar Buschle e Antônio Gonçalves, na zona Leste, estão previstos para serem concluídos até dezembro. Com isso, o próximo passo é continuar as intervenções e viabilizar a promoção da 'Rota Gastronômica da Ilha do Espinheiros', que promete servir de incentivo ao turismo e ao desenvolvimento de bares e restaurantes da região.

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Com uma população de cerca de 10 mil pessoas, o bairro convive com esse desejo há vários anos e, desde 2017, fortaleceu as discussões junto a Câmara de Vereadores, entidades representativas, Prefeitura e comunidade do bairro. As conversas evoluíram e para os líderes do movimento na região, os empresários Paulo Müller e Osmar Neckel, os resultados começam a aparecer mesmo antes da proposta se tornar real, mas é necessário fazer mais.

– São anos tentando fazer com que a Ilha dos Espinheiros seja mais visada e preparada para atrair cada vez mais turistas e os moradores de outros bairros joinvilenses. Na verdade, para nós, a rota já existe pela quantidade de estabelecimentos gastronômicos instalados, o que é preciso é revitalizar a via, melhorar o acesso aos clientes e investir em infraestrutura e no visual. E é isto que será feito agora – celebra Paulo, que mantém restaurante há ao menos 25 anos no Espinheiros.

– Parte dos recursos necessários para as ações previstas no bairro já foram garantidos pelo Governo Federal, o que nos dá certeza que as primeiras obras irão começar. E mesmo que haja demora, as mudanças já começam a ser sentidas: as linhas de ônibus aumentaram, o fluxo cresceu e os hotéis, taxistas e motoristas por aplicativo indicam e trazem turistas para os cá como uma referência na área de peixes e frutos do mar – ressalta Osmar, com estabelecimento aberto há mais de dez anos na rota.

Os recursos liberados e citados pelo empresário são na ordem de R$ 2,2 milhões dos R$ 6,8 milhões que devem ser investidos nos próximos anos na ilha (fora os recursos ainda não calculados para desapropriações). O dinheiro é proveniente do Ministério do Turismo e será aplicado nas duas primeiras das quatro etapas do projeto.

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Segundo a Prefeitura de Joinville, a primeira fase contempla a requalificação da estrutura viária, com a construção de novas calçadas e criação do passeio compartilhado na rua Prefeito Baltazar Buschle e Orla da Lagoa do Saguaçu, na ordem de R$ 1,8 milhão. Na sequência, num investimento de R$ 400 mil, será realizada a construção de um pórtico na ponte de entrada que dá acesso ao Espinheiros.

Osmar Neckel e Paulo Müller, empresários mobilizados pelo projeto da rota gastronômica
Osmar Neckel e Paulo Müller, empresários mobilizados pelo projeto da rota gastronômica (Foto: Salmo Duarte, A Notícia)

Impactos positivos

Mais de uma dezena de bares, lanchonetes e restaurantes já estão instalados na Ilha dos Espinheiros e devem fazer parte da 'Rota Gastronômica'. De acordo com Osmar Neckel, além do crescimento desses estabelecimentos, a criação da rota pode promover o desenvolvimento de novos negócios, além de melhoria na infraestrutura local. A geração de novos empregos e a ideia de reviver uma antiga tradição também estão nos planos, como a volta da Festa do Camarão e festival gastronômico de frutos do mar, nos moldes dos realizados atualmente na região central de Joinville.

O projeto

A Prefeitura de Joinville destaca que o projeto está em fase de elaboração de edital para as duas primeiras fases, reforçando a previsão de conclusão desta etapa para o final do ano. Confira um resumo das propostas de intervenção:

1ª etapa: o trecho entre a rua Agostinho dos Santos e o Porta do Mar, receberá melhoria no calçamento e novas áreas de passeio (calçadas) com ciclofaixas compartilhadas. Também serão construídos novos passeios na extensão da avenida Prefeito Baltazar Buschle, inclusive com trechos de calçada suspensa para preservação do mangue. A requalificação contempla nova iluminação e canteiros com destaque para as palmeiras imperiais. Em área próxima ao Portal do Mar, haverá um deck de contemplação com vista para a Baía da Babitonga. A obra custará R$ 1,8 milhão e já tem recursos assegurados por meio do Ministério do Turismo. A Prefeitura está na fase final da elaboração do projeto executivo e a intenção é lançar o edital da obra no segundo semestre deste ano.

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2ª etapa: será construído um pórtico na entrada da ilha do Espinheiros, com investimento de R$ 400 mil já assegurados por meio do Ministério do Turismo. O monumento será constituído por três estruturas, cada uma com até 15 metros de altura. A identidade visual da estrutura foi inspirada em elementos locais característicos: as raízes da árvore mangue-vermelho, as garras do caranguejo-uçá e o contorno dos barcos pesqueiros, veleiros e iates. A Prefeitura está na fase final da elaboração do projeto executivo e a intenção é lançar o edital da obra no segundo semestre deste ano.

3ª etapa: será criada uma rota gastronômica, levando em consideração os restaurantes e comércios já existentes na região. Ela incluirá trechos das ruas Prefeito Baltazar Buschle, Antônio Gonçalves, Érico Venâncio Alves e João da Silva. Esta etapa inclui a revitalização dos passeios, colocação de mobiliário urbano (bancos, mesas, bicicletários e lixeiros), paisagismo, iluminação e ciclofaixa na extensão da rota. Ainda não há recursos assegurados para essa etapa e nem previsão para execução das obras.

4ª etapa: será ampliado o espaço do Parque Porta do Mar. A área vai oferecer rua compartilhadas e áreas com redução de velocidade, favorecendo o pedestre a circular livremente no parque, tratamento de superfície, pavimentação e mobiliários urbanos, áreas de lazer e playground para as crianças, áreas de contemplação e bosque, quiosques com vegetação nativa e sanitários, arquibancadas, espaço multiuso para a realização de eventos e prática de atividades esportivas. Ainda não há recursos assegurados para essa etapa e nem previsão para execução das obras.