No momento em que o PT e a presidente Dilma Rousseff vivem o momento de grande tensão, principalmente por causa da política econômica, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Governo, Edinho Silva, disse nesta sexta-feira que não há embate e não haverá saída para a crise sem que governo e o partido se entendam.

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— O governo precisa do PT e o PT precisa do governo — afirmou, ao chegar para a reunião do Diretório Nacional do partido, no Rio

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Edinho negou que a aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que tirou da Petrobras a condição de operadora única e de ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal, com aval do governo, tenha piorado a relação entre Dilma e o PT, que era contrário à mudança.

— Não existe divergência, a presidente Dilma e o presidente Lula são as maiores lideranças do partido. Mais importante é ver aquilo que nos unifica — afirmou.

O ministro considerou “natural” que o governo tenha negociado mudanças no projeto do pré-sal do senador José Serra. No texto final, foi dada à Petrobras a preferência em futuras licitações.

— O governo não mudou de posição, a presidente Dilma não mudou suas convicções, continua entendendo que o pré-sal tem papel estratégico, da mesma forma que o PT pensa — afirmou.

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A mudança de posição do governo, que inicialmente defendeu posição contrária da base na votação do projeto, irritou os petistas e aumentou as queixas do partido em relação à presidente.

— Estamos vivendo um momento difícil no país. Não vamos criar uma agenda de superação dessa crise sem o PT ter papel protagonista. Não há embate (entre Dilma e PT), a presidente Dilma defende a mesma agenda que o PT, mas temos um governo de coalizão, o embate no Congresso obriga o governo a dialogar com outros partidos — disse.

— Não significa que ela defenda agenda diferente do PT, como não significa que o PT não defenda o governo. O governo trabalha incansavelmente para tirar o Brasil da crise. Não vai tirar se o PT, com os partidos da coalizão, não tiverem protagonismo. Da mesma forma, o PT não vai superar sua crise sem o governo — afirmou o ministro.

— O governo não sai da crise sem o governo e o governo precisa do PT para tirar o Brasil da crise — insistiu.

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Tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva voltou a dizer que todos os recursos foram legais e que não há irregularidade nas contas ao ser questionado sobre a prisão do marqueteiro João Santana. O ministro acusou a oposição de usar a Operação Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras e outras estatais, para disputa política.

— O TSE (Tribunal Superior Eleitoral, que julgará ação de impugnação do mandato de Dilma e de Michel Temer feita pelo PSDB) julga em cima de fatos, não de ilação. A investigação tem que ser técnica, mas infelizmente é utilizada para disputa política. Setores da oposição muitas vezes se apropriam das investigações para fazer luta política — respondeu.

— A campanha arrecadou dentro da legalidade, de forma ética, transparente, na campanha de 2014 nada de ilegal ocorreu — afirmou Edinho.

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*Estadão Conteúdo