Há dias, estávamos em um encontro com mais de 30 pessoas. De vez em quando, alguém deixava o recinto para fumar. Contei. Eram quatro os fumantes. Se tal reunião fosse realizada há, digamos, dez anos, o número de fumantes seria maior. Porque também contabilizei alguns ex-fumantes. A lembrança surgiu ontem ao ler que 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco, em que eventos lembram a luta.
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Não deixa de ser interessante esta relação de amor e ódio com o cigarro. Males são provados em diversas estatísticas, porém, a maioria dos fumantes prefere pagar para ver. Vejo senhores de avançada idade soltando prazerosas baforadas. Imagino que passaram incólumes pelo vício. Quando encontro nos obituários dos jornais gente na faixa dos 40/50, me pergunto quantos podem ter tido no cigarro uma das causas da existência abreviada. São apenas ilações.
Lá para trás no tempo, trabalhava em ambiente fechado em que fumar era normal. Aquela fumaça subindo de determinadas mesas, e cinzeiro era comum na sala. Ao natural. Uma ou outra pessoa reclamava, mas a cultura era aquela e predominava. Hoje, não se fuma nem dentro dos muros.
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Meu pai foi fumante. De mudar completamente o comportamento quando faltava dinheiro para um maço do seu “mata-rato” sem filtro. Tornava-se irritado e impaciente, de não falar com ninguém, se não tinha para fumar. Aprendi um pouco sobre dependência ali.
O fumo praticamente desapareceu das novelas. Você olha as produções antigas – há canais para isso – e chama a atenção que ter um cigarro entre os dedos era moda bem tratada, em homens e mulheres. Hoje, estas cenas e certas mocinhas escandalizariam as redes sociais.
De um lado, atividade econômica. Do outro, a defesa da saúde e da qualidade de vida. Conhecido que está voltando de viagem ao Japão me conta que lá não se pode fumar na rua – saiu daqui fumante, não sei como se virou. Apesar da cultura, o Japão também deve ter lembrado o dia sem tabaco.
Já mudamos bem por aqui, não tomo hoje quantidade igual de fumaça na cara que exprimentava em uma roda de amigos há alguns anos, por exemplo. Mas é certo que o tema, que não deixa de ser sensível por envolver decisões pessoais, para o bem e para o mal, ainda tem muito o que percorrer.
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