No ano passado, estava na sala de espera do dentista e peguei uma revista nesses cestos tradicionais de consultórios onde ficam opções diversas para passar o tempo. Na antessala do dentista, relaxar é um desafio dos grandes. Não se sabe se põe as mãos nos bolsos, se senta, fecha os olhos e espera, se toma água mesmo não estando com sede ou se procura com o que se entreter. Foi esta a opção ao revirar a pequena montanha de revistas semanais.
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Na escolhida, lá estava escrito na capa: Gordura sem medo – Novas pesquisas reabilitam a manteiga, o torresmo, o ovo… Em síntese, dizia que alimentos que foram vilões agora já não eram mais, que se poderiam comer sem culpas etc. Coitado daquele que sempre gostou de um ovinho, um torresminho e outros quitutes da lista e se privou por causa do que se dizia deles, pensei. Não é justo passar anos regulando a vontade de comer algo e agora saber que eles não têm a periculosidade que tinham, pensei também.
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Nesta semana, li artigo chamado A reinvenção do ovo, em que o outrora rotulado grande inimigo da alimentação ganha ares de queridinho da dieta. Continuo com pena dos mais preocupados que passaram muito tempo com água na boca, não apenas por causa de ovo.
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O fato é que soube neste artigo que o ovo, ele mesmo, já pinta em supermercados e lojas especializadas em formas diversas – enriquecidos, líquidos (vendidos em embalagens de um litro nas versões gemas, claras ou ovos inteiros, que passam por processo de industrialização) e até em pó. Uau!
Nos anos 90, conheci um senhor que não abria mão de comer a gordura da costela. Já ia ele em certa idade avançada, recebia conselhos familiares para cuidar com aquilo, mas não tinha jeito. Escolhia a costela pela quantidade de gordura exposta e, depois de assada, cortava grandes nacos da banha pura, mergulhava na farinha e dizia com gosto depois da mastigação: “É desta graxa que gosto”. Era bem feliz assim.
Ao falar de alimentação, lembrei-me de episódio. Há vinte e poucos anos, acompanhava uma competição em Venâncio Aires-RS, quando o professor Carlos Luiz Weber chegou com a novidade: “Achei um lugar diferente para jantar, um rodízio de bife”. Rodízio de que, professor? E fomos para lá, curiosos. E era mesmo, casa especializada em servir bife de mil e uma maneiras. Não voltei a encontrar algo igual, um restaurante em que garçons vão às mesas oferecendo bife de todo jeito, como num espeto corrido.