Estava “de graça” ontem à tarde, curtindo o ócio, quando resolvi navegar pelos sites para ver a quantas andava o mundo (se Temer já havia anunciado milagres, se a dissimulação do presidente Putin ruiu, como caminham Hillary e Trump para sentar na cadeira do Obama, como foi o JEC na estreia na Série B etc. e tal).
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Os jornais, eu já tinha lido, e a manhã de domingo tirei para arrancar tiriricas que importunam o crescimento das alfaces, do repolho e da chicória, e a observar passarinhos que alimento no quintal – ajudei um canário a se recuperar depois de bater em uma vidraça; que pena que esses bichos não saibam distinguir vidraças e por vezes quebrem a cara e, pior, o pescoço. Tadinhos. O de ontem deu sorte.
Acostumado a mergulhar em notícias, permiti-me o alheísmo, ouvir flashbacks tocando uns sons menos modernos e mais entendíveis. Com isto, entregue ao ócio de uma manhã dominical, o factual ficou de lado por breves horas. Até que o encanto se quebrou e fui aos sites em busca do que estaria rolando – entre porcarias que os sites dão valor e acontecimentos da hora.
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Com a velocidade com que as coisas andam, estou com uma dúvida atroz desde a segunda linha destas maltraçadas: ainda se usa o verbo navegar para dizer “ir à grande rede?”. Antigamente, se usava. E o antigamente, hoje em dia, pode ser simplesmente na semana passada, está tudo num zap. Alguém me atualize, diria uma adolescente de 14 anos com quem fui tirar dúvida e tive de escutar: “Nunca ouvi falar em navegar internet”. Por que fui perguntar? Sinto-me ainda mais velho.
Pois na “navegada” (insistirei), o mundo estava normal, e por normal entenda-se que nada mais surpreende de fato. Os milagres continuam no forno, não foram servidos e o resto é resto, inclusive o empate do JEC.
Mas no AN.com.br lá estavam o 46º e o 47º homicídios do ano em Joinville, execuções em um bar do Panágua. Execução. O matador sabe quem almeja, estuda, planeja e… Na semana passada, o “AN” mostrou que execução, crime arquitetado, por vezes encomendado, lidera o ranking da violência. Duras operações de desarmamento. É disso que a cidade precisa. As execuções têm motivações diversas, todas criminosas. E se amparam e se reforçam, a meu ver, na livre circulação de armas. As operações para desarmar deveriam ser como as operações para multar. Ou mais.