Nesta santa inocência, achei que as coisas estivessem se acalmando na política, embora o processo de impeachment, para ser de fato legítimo como dizem ser, ainda tenha lenha para queimar até o julgamento final. Aliás, cadê o processo de impeachment que estava aqui? Ele não devia estar correndo no Senado? Nem se fala mais dele. Com mistos de frenesi e frio na espinha, ganham páginas de jornal e tempo de TV e rádio às mexidas que o governo novo diz estarem a caminho.

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Será necessário sacrifício de todos, lê-se por aí, como se fosse uma preparação para notícia – será ruim, será boa? Nem vale a pena pensar muito. Só esperar que aquela turma que dizia que não pagaríamos o pato mantenha a palavra.

E não pode haver diferentes tamanhos de pato. “Ah, é só um patinho, pequenino, impostinho de nada, mexidinha de nada num direitinho”. Nada disso. Patinho ou patão, a conta não seria nossa. Mas deixemos acontecer primeiro. Cada agonia no seu dia, ensinaria um veterano. Voltemos ao que o dia produz.

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O governo novo articulou-se antes mesmo de ser governo, tornou-se pedra atirada na vidraça daquele governo que ainda estava encastelado. Curioso ver o quão rapidamente a pedra também se transformou em vidraça. O governo novo virou rapidinho refém de protestos e voltou com o Ministério da Cultura que havia eliminado. Nesta segunda, explodiu a bomba Jucá, pego em gravação conspiratória à Lava-jato, xodó nacional.

Este ministro Romero Jucá, do PMDB, lembra-nos que a contaminação vem a ser geral. É muito provável que bastante se lerá e ouvirá hoje sobre a desqualificação cada vez mais visível da classe política. É de enojar.

Parece uma grande peça, sem um número fixo de personagens. Um deles deve estar com papel encerrado no governo novo. Cartão vermelho é o mínimo para Jucá no momento de vagas esperanças às quais o brasileiro se agarra. O pedido de licença do ministério anunciado ainda nesta segunda é pouco.

E personagens novos vão brotando. Agora, um certo Sérgio Machado, cuja conversa com Jucá já fez tremer os alicerces da incipiente gestão Temer. Ouvir falar de acordo para delação premiada também balança estruturas.

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Brasil, Brasil, durma-se com um barulho desse.