Em 1991, quando Bill Clinton venceu o então candidato à reeleição George Bush, o marqueteiro do democrata cunhou a expressão que se imortalizou na política americana: “é a economia, estúpido”.

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Agora, com a recuperação econômica patinando e com uma taxa de desemprego insistindo em aumentar, a frase retorna para assombrar o presidente-candidato Barack Obama e impulsionar a candidatura do republicano Mitt Romney.

A equação é difícil para ambos os lados: à esquerda, no campo de Obama, mostra que depois de quatro anos de governo a crise econômica não cedeu. Romney, por outro lado, não pode comemorar sob pena de estar celebrando o que é, na verdade, uma desgraça nacional que inevitavelmente joga a seu favor.

A taxa americana de desemprego subiu em maio, pela primeira vez em um ano, alcançando 8,2%. O país alcançou, também, o nível mais baixo de criação de emprego em 12 meses. Em maio, foram criados 69 mil postos de trabalho, mas os analistas esperavam a abertura de 150 mil novas vagas e uma taxa de desemprego estável, em 8,1%. Os postos criados – muito abaixo da expectativa – não foram suficientes para manter o desemprego no mesmo nível de abril e mostram uma inversão na tendência que antes era de queda. Há um peso simbólico no número: desde o governo de Franklin Roosevelt (1933-1945), nenhum presidente dos EUA se reelegeu com uma marca acima de 8%.

Sondagens mostram empate técnico

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As opiniões favoráveis ao republicano, segundo pesquisa da rede CNN divulgada ontem, mostram que a avaliação positiva de Romney aumentou 14 pontos desde fevereiro, chegando a 48%, enquanto a percepção positiva dos eleitores sobre Obama se manteve estável nos últimos meses, com 56%.

Os números eleitorais, entretanto, ainda são generosos com o atual morador da Casa Branca. Embora as pesquisas de intenção de voto mostrem um empate técnico entre os candidatos, Obama tem a maioria dos votos nos colégios eleitorais (veja no mapa).

Note-se: oficialmente a campanha só começa com as convenções de agosto, e as eleições ocorrem em 6 de novembro – um longo caminho para a economia respaldar a situação ou a oposição. Até lá, tanto Romney quanto Obama continuarão escutando ecos da frase que ficou famosa em 1991: “é a economia, estúpido”.