A sustentabilidade é um tópico cada vez mais relevante para indústrias de todos os setores. Processos que envolvem inovação e sustentabilidade, conversam com o ecossistema em que estão inseridos e minimizam possíveis impactos ambientais já fazem parte da agenda fixa das empresas. Uma das principais discussões a respeito do tema é sobre como economizar e dar um novo destino a materiais descartados indevidamente.
Continua depois da publicidade
Os pneus são um grande exemplo de como soluções inovadoras podem impactar positivamente nos custos da indústria e nos seus objetivos ambientais. Só no Brasil, segundo o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT), pelo menos 450 mil toneladas de pneus são inutilizadas anualmente. Oferecendo o destino correto para esse material, é possível evitar que quase 4 milhões de toneladas sejam descartadas em lugares errados. Uma empresa catarinense encontrou uma forma de unir a necessidade industrial do descarte correto com a redução de custos, tudo isso usando a inovação como ponto de partida.
A Pioneiro Ecometais, com sede em Água Doce, implementou um processo inovador para o mercado nacional a partir da logística reversa de pneus inservíveis. Segundo Eder Barbieri, representante da empresa, o consumo de matérias primas utilizadas no processo de reciclagem de baterias e chumbo, em 2016, foi de 2.500 t/ano de óleo combustível fóssil, 1.000 t/ano de consumo de carvão coque fóssil e 3.000 t/ano de limalha de ferro.
Continua depois da publicidade
– Esses produtos representam 30% dos custos na indústria, e foi possível reduzir em torno de 54%, com a implantação do novo processo. Além dessa redução significativa de produção, os excedentes são comercializados, gerando novas receitas para a empresa – comenta Barbieri.
Incentivo à inovação sustentável
O processo de logística reversa criado pela Pioneiro Ecometais é de ciclo fechado, tornando-o completamente sustentável. A Planta de Pirólise de Pneu consiste em um sistema de conversão térmica de decomposição dos hidrocarbonetos presentes na borracha dos pneus inservíveis, cujos produtos derivados serão o óleo de pirólise, carvão, ferro e gás metano combustível.
O gás metano gerado é utilizado por completo no processo de pirólise, sendo captado e direcionado para os reatores pirolíticos que servem como fonte de combustível gerando calor para o sistema. A tecnologia adotada é considerada de produção limpa, em que não há emissão de gases tóxicos para o meio ambiente, nem mesmo geração de resíduos sólidos ou de líquidos perigosos.
– O financiamento do BRDE Inova foi de suma importância para a concretização do projeto de pirólise de pneus e com este projeto realizado obtivemos uma economia significativa na utilização de combustíveis fósseis na nossa empresa – conclui Barbieri.
Continua depois da publicidade
Com a maior parte do projeto da Planta de Pirólise financiado através do BRDE Inova em parceria com a IEL/FIESC, a inovação da reutilização de pneus era uma tecnologia até então pouco trabalhada em escala industrial, principalmente no Brasil.
– Para nós da FIESC/IEL trata-se de um case exemplar considerando o ineditismo da inovação – a tecnologia aplicada na solução é mais eficiente do que quaisquer outras plantas existente no país. Mais do que isso, há ganhos ambientais advindos da solução industrial inovadora que resultou dessa parceria; estamos falando de retirar da natureza uma quantidade muito grande de pneus de diversas formatos e tamanhos e reutilizar os materiais dos quais são fabricados – comenta Natalino Uggioni, gerente executivo da FIESC / IEL SC.
Conteúdo patrocinado pelo BRDE e produzido pelo Estúdio de Projetos Especiais & Brands