O Banco de Portugal (BdP) admitiu hoje que a economia portuguesa entrou em recessão técnica no segundo semestre do ano passado, e revisou hoje em baixa as previsões econômicas para 2009, com uma queda de 0,8%. Vítor Constancio, presidente do BdP, disse em entrevista coletiva que, no terceiro trimestre de 2008, houve uma queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), e que o quarto “será muito negativo”, mas não deu o número exato.
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O relatório de inverno do Banco de Portugal prevê uma recuperação de 0,3% do PIB, mas em 2010. As exportações portuguesas poderão diminuir em 3,6% neste ano, mas o BdP prevê uma recuperação em 2010, com um índice positivo de 1,8%. O boletim informa que isto se deve à redução da demanda internacional, principalmente devido à recessão que afeta os principais parceiros comerciais de Portugal, como Espanha e Alemanha. As importações também sofrerão uma queda de 1% este ano, com uma possível recuperação em 2010, para um crescimento de 1,5%.
Constancio destacou que os investimentos devem cair em 1,7% e o consumo público, 0,1%, mas no consumo privado prevê-se uma alta de 0,4%. O presidente da instituição portuguesa afirmou que a previsão de crescimento para o próximo ano dependerá em certa medida da evolução da economia dos Estados Unidos e das medidas que serão adotadas pela nova Administração para enfrentar a crise.
O presidente do Banco de Portugal disse que, nesta conjuntura, pode-se prever um aumento do déficit publico acima de 3% em 2009, o que “afeta” o cumprimento do Pacto de Estabilidade do Crescimento (PEC). Além disso, ele declarou que se opõe a uma diminuição dos impostos como forma de reanimar a economia, porque é uma medida que é “muito difícil” de revisar no futuro.
De acordo com Constancio, o desemprego subirá durante 2009 e, sem especificar o número, disse que será superior aos 7,6% previstos nos Orçamentos do Estado de 2009.
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