Entre esta segunda (18) e terça-feira (19), líderes das maiores nações do mundo se reúnem no Rio de Janeiro para tomar decisões sobre temas importantes. Um deles é o combate à fome: nesta segunda, o G20 assinou a Aliança contra a Fome, proposta pelo Brasil, país que lidera a cúpula desde o final de 2023.
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No entanto, o G20 delibera sobre os mais diversos temas. Durante a presidência do Brasil, três temas foram eleitos como prioritários, e são os assuntos que estão sendo discutidos no Rio:
- combate à fome, à desigualdade e à pobreza;
- enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa;
- uma nova governança global, para que países emergentes tenham mais representatividade em órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Daniel Ricardo Castelan, doutor em Ciência Política e mestre em Relações Internacionais, explica que o grupo trata de assuntos que, eventualmente, afetam a população do mundo todo, mesmo que não imediatamente.
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— É uma oportunidade para a gente saber qual é a opinião dos ministros da Fazenda do mundo todo sobre a economia global. Eles podem discutir, por exemplo, se a economia global está passando por um ciclo de depressão, e como reverter este ciclo. É um momento em que grandes lideranças mundiais vão debater sobre a taxa de juros do mundo todo, por exemplo, e, portanto, sobre o ritmo de crescimento do mundo todo — exemplifica.
Mesmo assim, um impacto imediato não é sentido. Segundo Castelan, o G20 é onde líderes mundiais discutem ideias e governos, alinhadas com compromissos em comum.
O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia. Os países que fazem parte do grupo representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio do mundo e cerca de dois terços da população do planeta.
Combate à fome
Nesta segunda-feira (18), os líderes mundiais do G20 assinaram a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Brasil, Estados Unidos e mais 81 países participam do acordo, uma força conjunta para erradicar a fome e pobreza no mundo até 2030. Além das 81 nações, participam nove instituições financeiras globais e 31 ONGs do Brasil e do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
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Para Daniel Ricardo Castelan, doutor em Ciência Política, a criação da aliança é uma vitória, principalmente por ser tratado de forma prioritária pelo G20.
— Isso é muito significativo, indica que as grandes lideranças do mundo estão conscientes de que a fome, a pobreza e a desigualdade são problemas mundiais. Vai depender de muitos fatores externos, sim, a redução da fome e da desigualdade no Brasil, mas vai depender também de um compromisso político do governo. Isso já dá um alento e sinaliza que sim, pode ter melhorias nos próximos anos — afirma.
Mudanças climáticas
A reunião no Rio de Janeiro marca o fim da presidência do Brasil no G20, e, segundo Castelan, o próximo ano deve ser desafiador para os outros temas eleitos como prioritários do grupo. A eleição de Donald Trump para o governo norte-americano já sinaliza isso.
O professor da UFSC explica que Trump já tem um histórico contrário ao combate às mudanças climáticas, inclusive sendo contra o Acordo de Paris, determina que os países desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação, em países em desenvolvimento.
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— Isso joga um balde de água fria na agenda ambiental — pontua.
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