A casa erguida em 1968 já foi local de grandes encontros em Blumenau. O local pertenceu ao fundador da cidade, Dr. Hermann Blumenau, e foi doado ao município pelo filho Pedro em 1909. Presidente do Instituto Histórico de Blumenau e Cônsul Honorário da Alemanha, Hans Prayon, lembra que em 1981 o presidente da Alemanha, Karls Carstens, veio a Blumenau e se encantou com o restaurante. Do terraço, ele podia ver toda a cidade de Blumenau e ficou impressionado com a vista do alto do Morro do Aipim.

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Prayon recorda que na década de 1960 havia 12 churrascarias na cidade, mas nenhum restaurante servia comida típica alemã. O automóvel estava em alta e os turistas deixavam de pegar ônibus para conhecer cidades como Blumenau. Passavam por aqui e não encontravam onde comer comida típica, apesar de as características alemãs estarem tão presentes em todos os lugares.

– Na época falei com um primo meu, Hermann Müller Hering, e com o Henrique Herwig, o Heini, para eles fazerem um projeto de um restaurante típico com um terraço em frente em estilo enxaimel. Foi feito um desenho tal qual como a casa estava até o início da tarde de ontem – relembrou.

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Prayon apresentou o projeto aos membros do antigo Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau na época e cada um dos empresários de seis empresas, Hering, Artex, Garcia, Teka, Cremer e Sulfabril, investiu 10 mil dólares para erguer o restaurante. As madeiras usadas no forro do espaço, conforme explica Prayon, eram de caixas de madeira das máquinas que vinham da Alemanha para as indústrias têxteis blumenauenses.

– Mas tudo acabou quando a prefeitura quis que o restaurante pavimentasse a via. Isso foi inadmissível. Há dois anos quiseram vender o espaço e agora, em uma reunião nesta terça-feira, fizemos a proposta de o Instituto assumir o espaço e buscar investidores para deixar o local para o turismo como um restaurante de comida típica de primeira classe. É uma vergonha para a cidade deixar este imóvel abandonado como está -concluiu Prayon.

Histórico

1968 – Começa a construção do imóvel. O restaurante é inaugurado um ano depois

2003 – Prefeitura lança edital para a ocupação do espaço. Uma das cláusulas determina que o locatário não pagaria o aluguel se calçasse a Rua Gertrud Sierich (Morro do Aipim)

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2004 – Em fevereiro, inicia a exploração do espaço

2009 – Prefeitura faz notificação extrajudicial, pois concessionária não cumpre com a compensação do calçamento

2010 – Em julho, como não ocorre a desocupação e prefeitura entra com um pedido de reintegração de posse na Justiça

2012 – O restaurante é fechado em outubro

2013 – Em agosto, a Justiça determina que prédio volte à prefeitura

2014 – Em janeiro, a prefeitura manifesta interesse em vender o imóvel que abrigou o restaurante Frohsinn. Quatro dias depois o Conselho Municipal de Cultura emite uma resolução contra. Em maio, a prefeitura de Blumenau afirma que a preferência do município é vender o imóvel da antiga sede do restaurante no Morro do Aipim