Deise Moura dos Anjos, presa como suspeita de colocar arsênio no bolo que matou três pessoas de uma mesma família nas vésperas do último Natal, enviou áudios pelo celular onde chama a sogra, Zeli dos Anjos, de “peste”. De acordo com o delegado Marcos Veloso, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Zeli era o principal alvo do plano de envenenamento. Com informações do g1

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“A minha sogra é uma peste”, diz Deise em áudio. Os detalhes da investigação foram divulgados pelo Fantástico no último domingo (12). A reportagem também teve acesso com exclusividade à nota fiscal que mostra que Deise comprou o veneno. Segundo a polícia, ela fez essa compra pela internet.

— O alvo principal dela era a sogra. Ela atraía a sogra para tentar matá-la envenenada —  afirma o delegado Marcos Veloso, em entrevista ao Fantástico. 

Quem é quem no caso do bolo envenenado com arsênio no RS

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Em outras mensagens encontradas pelos investigadores no celular da suspeita, Deise fala que a sogra ainda vai ver “toda a família dentro de um caixão”.

Uma amiga da família, que prefere não se identificar, foi à polícia para contar que, três dias antes do episódio, Tatiana, sobrinha de Zeli e uma das vítimas, havia alertado sobre problemas que existiam entre ela e os sogros.

— Relatei a questão das ameaças que ela [Deise] fez à Zeli, que a Tati me falou. A história da mensagem que a Deise mandou para a Zeli, dizendo que ainda vai ver toda a família dentro de um caixão. Do Paulo também, né? Que ela disse “eu quero que tu morra” em uma discussão — conta a amiga da família.

Os investigadores também encontraram as seguintes pesquisas na internet no celular da suspeita: “veneno para o coração”, “arsênio veneno” e “veneno que mata humano”.

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Três pessoas morreram após comerem o bolo: duas irmãs de Zeli, Neuza e Maida, e a filha de Neuza, Tatiana. Zeli chegou a ficar internada na UTI, mas teve alta na última sexta (10). Durante a semana, a polícia também encontrou arsênio no corpo do marido de Zeli, que morreu em setembro.

Serial killer

Deise foi presa em 5 de janeiro. A Polícia Civil afirma que há “fortes indícios” de que Deise tenha praticado outros envenenamentos e não descarta novas exumações. A RBS TV apurou que a suspeita envolve o pai de Deise, José Lori da Silveira Moura, que morreu aos 67 anos, em 2020, supostamente por cirrose.

A polícia também acredita que ela tenha envenenado o próprio filho e o marido. A ingestão de arsênio em pequenas quantidades não causa o óbito, mas complicações do quadro de saúde. Os testes do Instituto Geral de Perícias (IGP) devem ser feitos nos próximos dias.

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O que diz a defesa

A irmã de Deise mandou uma carta ao Fantástico rebatendo as acusações. Disse que a polícia já está a condenando antes do julgamento, que ela ajudou os sogros durante e após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, e que Deise nunca foi uma pessoa fácil de lidar, mas que isso não faz dela uma assassina.

Em nota, o advogado da acusada citou a necessidade da presunção de inocência, já que o inquérito ainda não possui relatório final e, em relação aos dados extraídos do celular dela, afirmou que devem ser avaliados no contexto correto no qual estão inseridos.

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