Durante a solenidade de início das aulas do campus da UFSC em Blumenau, a reitora Roselane Neckel se emocionou ao lembrar a própria trajetória. A gestora argumenta a importância de oferecer ensino superior público e gratuito e afirma que o novo campus veio para trazer mais oportunidades e transformações para o Médio Vale do Itajaí.

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Jornal de Santa Catarina – O que a vinda da UFSC significa para a educação do Vale do Itajaí?

Roselane Neckel – É a ampliação das oportunidades para a comunidade do Vale do Itajaí ter o direito de uma universidade pública e gratuita. Há um sucesso da política de expansão federal e para a UFSC é muito importante estar em outro lugar do Estado atendendo outra comunidade. É uma forma de trazer o conhecimento acadêmico para Blumenau o que está ocorrendo em outros campi e de professores que vêm de outros lugares do país. É uma oportunidade única de formação educacional e de mudança cultural. Com o campus de Blumenau, tudo que acontecer em Florianópolis, vai repercutir aqui.

Santa – Foram mais 50 anos até que o ensino superior público e gratuito chegasse ao Vale. Como estreitar este déficit histórico com a região?

Roselane – O importante é comemorar porque aconteceu: hoje (ontem) começamos. Espero que esta política de expansão continue e que possamos ampliar o campus de Blumenau, com pós-graduação e extensão. Antes o que tínhamos era a expansão – sem nenhum demérito- das universidades privadas. Mas sabemos que para melhorar o país não podemos atender somente àqueles que podem pagar.

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Santa – Por que começar as aulas em locais provisórios?

Roselane – Tínhamos todas as condições para começar o campus: pactuação que foi assinada garantindo 123 professores e 172 técnicos-administrativos. Pessoas que é o mais difícil de conseguir, nós temos. O que nos falta é infraestrutura física, que não se consegue de um dia para o outro. Temos um prédio administrativo alugado, onde funcionarão as salas dos professores e vamos usar para este primeiro ano as salas do Instituto Federal Catarinense (IFC) (no Badenfurt) e os laboratórios do Instituto Federal de Santa Catarina (em Gaspar). Teremos que resolver a mobilidade dos alunos entre um local e outro.

Santa – Como vão funcionar as estruturas de apoio – restaurante universitário (RU), biblioteca, laboratórios – neste início do campus?

Roselane – Para pessoas com fragilidade socioeconômica teremos bolsa-moradia estudantil, passes de restaurante. Depois o RU vai ser construído e a moradia estudantil também. Hoje o auxílio moradia é de cerca de R$ 250. Nos cadastros feitos pelos estudantes, vamos reconhecer quem precisa destes auxílios, que são iguais aos que quem estuda em Florianópolis têm direito.

Santa – E quando vamos ver um imóvel próprio da UFSC em Blumenau?

Roselane – Nossa busca é de uma estrutura já pronta, para que possamos mudar rapidamente para a estrutura definitiva. Trabalhamos para que em 2015, isso aconteça. Queremos uma área com prédios já construídos e que sirva para expansão nos próximos cinco anos. Neste período vamos construindo as estruturas auxiliares como moradia estudantil e restaurante universitário.

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