A crise interna vivida pelo PSL com o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da legenda Luciano Bivar provoca reflexos também na ala do partido em Santa Catarina.
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O presidente estadual do PSL-SC, deputado federal Fabio Schiochet, diz que a bancada catarinense do partido fica do lado do presidente, mas tenta adotar um tom de conciliação em meio ao turbilhão vivido pelo partido nos últimos dias.
– Nunca votei contra um veto contra o presidente, sempre votei a favor dos vetos, das propostas. A gente é base, somos apoio ao Bolsonaro, ao governo. Essa é uma briga interna que aconteceu por (disputa de) espaço e que simplesmente saiu do controle. Temos que reunir os cacos e na semana que vem achar o caminho, definir se fica o líder, se troca o líder – avalia o deputado, que na segunda-feira parte para Brasília e espera se reunir com toda a bancada do partido.
Na quarta-feira, o nome de Schiochet, assim como do deputado federal catarinense Daniel Freitas (PSL), apareceu na lista do PSL que apoiava a manutenção do deputado Delegado Waldir na liderança da legenda na Câmara.
Os outros dois deputados federais do PSL eleitos por SC, Caroline de Toni e Coronel Armando, assinaram a lista que apoiava a troca da liderança para o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro. Caroline e Amando participaram da visita de Jair Bolsonaro a Florianópolis nesta quinta-feira e foram chamados de “leais” pelo presidente na abertura do discurso.
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Schiochet argumenta que não assinou a lista de apoio a Eduardo Bolsonaro porque a relação não foi apresentada a ele e diz não temer que isso abale a relação com o presidente e o governo.
– O presidente sabe da minha fidelidade a ele, das minhas votações – afirmou, voltando a defender a necessidade de que a bancada se reúna e entre em harmonia na próxima semana.
Nas redes sociais, o deputado Daniel Freitas publicou um vídeo também informando que não teve o apoio solicitado à lista em favor de Eduardo Bolsonaro. Ele divulga um vídeo em que o próprio Eduardo Bolsonaro afirma que “os deputados que não assinaram a lista, não quer dizer que sejam contra Bolsonaro”.

Schiochet compara a situação a um conflito familiar em que os deputados seriam os filhos, que em uma separação não querem ficar distantes nem do pai, nem da mãe – no caso, Bolsonaro e Bivar. O deputado afirma que o conflito precisa ser resolvido porque atrasa as pautas do governo e pode provocar diferentes impactos políticos.
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– Temos que sentar e conversar. Tem uma eleição municipal batendo na porta, isso atrapalha 2020, pode botar em xeque várias coisas. A construção política do próprio presidente, do governador e dos deputados – avalia.
Membros do partido se reúnem nesta sexta-feira em uma convenção extraordinária em Brasília. O líder do PSL, deputado Waldir, já anunciou que cinco deputados do partido devem ser punidos.