Givanildo Luiz Quintino tem 31 anos e há quase dois é motorista da linha 04-Óleo Grande, da Viação do Vale, em Gaspar. Morador desde jovem da localidade, que fica na área rural do Bairro Barracão, foi surpreendido quando deixava os 10 passageiros do último horário de quarta-feira.
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Duas motos cercaram o ônibus num dos pontos e quatro homens mandaram os passageiros e o motoristas saírem imediatamente. Era 23h05min. Em menos de um minuto, incendiaram o veículo e fugiram com as motos no sentido à Rodovia Ivo Silveira.
Na fuga, três tiros para o alto. O fogo do ônibus começou a se espalhara para uma casa de madeira, mas vizinhos se mobilizaram para conter as chamas. Na manhã desta quinta, o clima da vizinhança era de surpresa.

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Grupo RBS – Como o ônibus foi atacado?
Givanildo Quintino – No que eu parei para fazer o desembarque dos passageiros, eu fui abordado. Estavam em quatro. O cara já veio de arma na mão. “Perdeu, perdeu, desce todo mundo”. Aí já veio outro chutando a porta. Aí o pessoal desceu e a gente foi para o lado da casa. Ali ficamos. Foi muito rápido. Coisa de 30 segundos, as motos saíram e deram tiros para cima. A gente voltou e o ônibus estava completamente em chamas. A gente correu para ligar para polícia e bombeiros. Daí começou a estourar os vidros e a soltar línguas de fogo que pegaram na casa. O pessoal tentou apagar o fogo da casa daí. Não agrediram ninguém nem levaram dinheiro.
Grupo RBS – Como você reagiu?
Givanildo – Mantive a calma, não fiquei olhando para os caras. Orientei o pessoal a descer. Faltavam uns quatro pontos para chegar no final. Aqui é bem tranquilo. Não se ouve falar nem de assalto em casa, é muito raro. Quando há furto em residência, é porque não tem ninguém em casa. Todo mundo se conhece. É um lugar que a gente não esperava que fosse acontecer. Porque a gente estava vendo os arredores e achava até que se fosse acontecer, seria na região central.
Grupo RBS – E como você vai trabalhar agora? Apreensivo?
Givanildo – A gente fica na dúvida se cessou, até onde vai, até quando vai. A gente vai trabalhar, mas abre o campo de visão porque tudo se torna meio suspeito. A gente está na expectativa da polícia para tentar localizar esse pessoal. A gente vai tentar hoje levar no máximo da normalidade possível. Tentar esquecer o fato, apesar de ser difícil. Na confiança que as autoridades façam seu trabalho.
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