O comando-geral da Polícia Militar de Santa Catarina avaliou como lamentável a morte do advogado Roberto Luís Caldart, 42 anos, na manhã desta terça-feira em Palhoça, e a suspeita de envolvimento de cinco policiais militares na autoria do assassinato.
Continua depois da publicidade
Em entrevista ao Diário Catarinense, o subchefe da Comunicação Social da PM, tenente-coronel Alessandro Marques, disse que os PMs estavam em horário de folga, período em que a corporação não tem como controlar o efetivo de 11 mil policiais.
Os suspeitos são um sargento, um cabo e três soldados que trabalham em unidades da Grande Florianópolis. Eles foram afastados pela PM das atividades operacionais nesta terça. Confira a entrevista:
A PM identificou cinco policiais militares envolvidos na morte do advogado, é isso?
Isso, cinco policiais militares foram identificados nas imagens que eles conseguiram coletar no local.
Continua depois da publicidade
Eles estavam fardados?
Não, nenhum deles estava de serviço.
Os PMs são de qual batalhão?
Eles são de três unidades da Grande Florianópolis.
Quais são as unidades?
Um é da guarnição especial de Santo Amaro da Imperatriz, três são de Palhoça e o outro é do 4º Batalhão (Florianópolis).
São soldados ou outra patente?
São três soldados, um cabo e um sargento.
Em algum momento eles tinham autorização para cumprir alguma missão de reintegração nesse terreno?
Como eu te disse, essas ações, esses fatos aconteceram na hora de folga deles. Não há nenhuma ordem, ligação desse fato com a atividade da PM que eles desempenhavam.
O comando, ou seja, algum comandante sabia dessa atividade que eles estavam fazendo?
Não, não.
Vocês já ouviram os PMs? O que eles afirmam?
Dos cinco, três já estão lá na delegacia de polícia de Palhoça para prestar depoimento à delegada que está cuidando do caso.
Mas a PM não sabe o aconteceu?
Não. O nosso comandante-geral em exercício, coronel João Henrique, pediu para que um oficial prestasse todo o apoio à Polícia Civil no sentido de facilitar a localização, primeiro confirmar se eram policiais porque surgiu essa dúvida. Então tem um tenente-coronel que é o comandante do 16º Batalhão.
Continua depois da publicidade
Algum deles está preso administrativamente?
Não temos essa informação, havia a informação que seria decretada a prisão temporária dos cinco policiais. Independente de se confirmar ou não essa prisão, e acredito que ela vai ser confirmada até o final da noite, dos cinco policiais três compareceram espontaneamente na delegacia.
É um fato bastante grave, e a morte de um advogado, como o comando-geral da PM está avaliando esse fato?
É um fato lamentável, contradiz tudo o que a gente aprende nos bancos escolares, mas foi um fato que aconteceu no período de folga deles. A gente não tem esse limite de se manter um controle sobre a conduta de mais de 11 mil policiais na folga. Mas é lamentável e a gente não sabe qual é a contribuição, qual foi a participação de cada um deles para se chegar ao resultado óbito.