Alguns moradores de Jurerê Internacional estão revoltados com o pedido de interdição dos cinco beach clubs -Taikô, Donna Jurerê Internacional, Simple on the Beach, Cafe de la Musique e o antigo Pimenta Limão – na última quinta-feira. O ex-jogador de volei e morador do bairro há 15 anos Renan Dal Zotto diz que não não se sente representado pela Associação dos Proprietários e Moradores de Jurerê Internacional (Ajin), que entrou com a ação contra a Habitasul (Jurerê Open Shopping), dona das estruturas dos beach clubs. Ele acredita que a cidade perde credibilidade, já que as festas de reveillon estão ameaçadas até o julgamento do recurso.

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Diário Catarinense – Como você vê a situação dos beach clubs de Jurerê Internacional?

Renan Dal Zotto – Eu moro há 15 anos ao lado de um deles e nunca tive problemas. Tenho inclusive orgulho, porque conheci beach clubs em diversos lugares do mundo, como na Europa, e os nossos são referência. O barulho não passa das 21h. Vivo em perfeita harmonia com eles. Sou sócio da Ajin e não me sinto representado pela associação. Não sou a favor da interdição dos clubes. Nunca fui informado sobre a decisão da associação em entrar com essa ação e fiz questão de participar da primeira audiência de conciliação para deixar isso claro. Inclusive, conheço muitas pessoas que moram perto dos beach clubs e pensam como eu.

DC – O que você achou da decisão de interdição dos clubes?

Dal Zotto – Achei uma tremenda injustiça e uma covardia fazerem isso nessa época do ano. Tudo bem fazer melhorias, mas fechar nesse momento é falta de bom senso e uma perda para a cidade. Eles tinham o ano inteiro para fazer isso e nessa semana tomar uma decisão como essa é cruel. Conheço muitas famílias de bem que trabalham nesses beach clubs. Também tenho muito amigos que compraram ingressos e estão apreensivos. As pessoas estão acreditando no bom senso do juiz.

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DC – Qual você considera ser a principal perda para a cidade?

Dal Zotto – A cidade perde em credibilidade, cria insegurança para os empresários que queiram investir aqui. Os beach clubs sempre funcionaram normalmente, então estavam de acordo com o que era necessário. Jurerê Internacional é referência a nível Brasil e mundial.

DC – Em quais pontos você acredita que os beach clubs poderiam melhorar?

Dal Zotto – Se tivesse que sugerir melhorias seria em parceria com o poder público. Temos problemas com banheiros públicos e uso dos estacionamentos. Como não há muitos, eles acabam deixando o pessoal estacionar em locais proibidos e isso causa tumulto. Também precisaria ter maior policiamento em momentos de pico. São poucas coisas que poderiam melhorar ainda mais.