A revista na entrada do P12 estava entre as mais rigorosas de todos os eventos que o DC cobriu no local na última temporada. Enquanto os homens eram apalpados, as bolsas femininas eram reviradas e até carteiras foram abertas. Apesar disso, lá dentro o cheiro característico denunciava: a maconha estava por toda parte. Era o show de Julian, filho do rei do reggae Bob Marley, com a banda The Wailers, criada pelo próprio em 1962. Tanto o pai quanto o filho são adeptos da religião rastafári, que usa a erva em rituais para limpar o corpo e a mente.
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O show ocorreu na mesma semana em que a morte de Bob Marley completou 35 anos. O baixista Aston Barrett “Family Man” foi um dos primeiros a subir no palco, acompanhado e com a ajuda de uma bengala, e foi ovacionado. Aos 69 anos, ele começou a tocar com os Wailers em 1974 e é uma referência para baixistas do mundo inteiro. Os outros integrantes são de diferentes fases do grupo, além do filho de Barrett na bateria.
Julian, filho do rei do reggae Bob Marley, se apresenta em Florianópolis
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— Não penso muito sobre isso. É sobre passar a mensagem para uma nova geração de pessoas — diz ele ao DC sobre como se sente carregando a responsabilidade que era de Bob Marley.

Vários hits ficaram de fora do setlist, como Three Little Birds, Could You Be Loved e I Shot the Sheriff, mas nada que atrapalhasse a animação do público e a tal vibração positiva. A argentina Estela Vidal, 58 anos, dançou sozinha e empolgada durante todo o show. Ela contou que curte Bob Marley desde a adolescência e que já foi em vários shows do The Wailers.
— Para mim, é como ir a uma missa. Muito espiritual — resume.