“Muitos perguntam, é selvageria ou cultura popular? A resposta também é de selvageria, que vem de uma gama de pessoas que tem a ver com e luta pela extinção desta farra humana, como a WSPA/Brasil (Sociedade Mundial de Proteção aos Animais). Esta farra, responsável pela morte de um menino neste mês, é um dos rituais que envolvem requintes de abuso da inocência animal, violando seus direitos, ainda que possamos admitir que há exceções dessa crueldade ou selvageria, em algumas comunidades de Santa Catarina.
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No Estado, pelo poder de barganha de entidades de proteção animal, essa farra humana está aos poucos desaparecendo em algumas regiões ou locais. Mas muitos ainda se divertem às custas do animal, porque não deixa de ser um motivo para a degustação e venda de cerveja o prazer sádico em ver o animal apavorado e lutando para sobreviver. A farra do boi ocorre na Páscoa, na Sexta-Feira Santa. Mas já houve comunidades que maltrataram o boi em casamentos, aniversários e jogos de futebol. Muitos defensores hipócritas e medíocres da humilhação do boi ainda duvidam do testemunho de muita gente e das instituições de defesa animal, que viram o que acontece nessa farra desumana.
A farra começa quando o boi é solto e perseguido. E perseguem-no tanto que, no desespero de fugir, o animal corre em direção ao mar ou a outros locais que o machucam e acaba morrendo. Animais não sofrem menos do que os humanos. Ser realmente humano é acreditar que qualquer animal, no caso o boi dessa farra, tem alma e todos os animais estão incluídos numa mesma comunidade moral da qual fazemos parte. Justo por isso, temos a obrigação de protegê-los da dor ou da humilhação.
Gandhi tinha razão: julga-se a grandeza de uma nação pelo modo com que seus animais são tratados.“
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