Com sua experiência em Bogotá, qual a importância do Cidade Revelada em Itajaí?

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Martha Lucía Bustos Gomez _ Esse evento é muito importante, porque nos permite conectar experiência de diferentes países. Vemos como é a situação em diversos locais do mundo, e avaliamos de que maneira estamos pensando nossas cidades. No encontro conhecemos os pontos positivos e negativos de cada realidade e isto permite melhorar e evoluir. É preciso pensar a cidade com a perspectiva do ser humano e a partir daí entender qual o melhor modelo de desenvolvimento.

Qual a realidade de Bogotá atualmente?

Martha _ Bogotá é uma cidade com mais de sete milhões de habitantes, e é muito complexa. Tivemos um desenvolvimento urbanístico muito relevante nos últimos anos, mas ainda existem muitas desigualdades de todos os tipos. Recebemos migrantes de todas as regiões do país, porque Bogotá é atrativa para emprego e educação. Isto também interfere, claro, na cultura. Com a cidade em permanente movimento populacional, a diversidade e a riqueza cultural são grandes. Por isso também a importância de aliar cultura e desenvolvimento.

Qual o desafio cultural de Itajaí?

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Martha _ Estando na cidade já pude observar algumas coisas. Há um esforço, com estruturas culturais adequadas e serviços culturais para todas as pessoas. Vejo também que existe uma vontade de articular cultura e educação, que é sem dúvidas uma relação muito importante a ser feita. Através disso todo o âmbito cultural se potencializa. O desafio é formar novas gerações com maneiras diferentes de pensar. Tradicionalmente sempre se viu a cultura como acessório, como coisa secundária. Nas últimas décadas se começou a mudar o pensamento, percebendo que a cultura é um pilar do desenvolvimento urbano e também econômico.

A preservação do patrimônio histórico também faz parte desse desenvolvimento?

Martha _ Com certeza faz. Quando falamos em cultura temos um jogo entre passado, presente e futuro. É um círculo em que devemos trabalhar permanentemente, mas sem pensar nisso de forma estática. A cultura é dinâmica e é preciso olhar para o passado pensando no futuro. No caso dos patrimônios históricos, como prédios e casarões antigos, é fundamental preservá-los, mas também fazer com que ele se adapte à vida contemporânea. Isso garante que ele se insira no presente e se mantenha no futuro.