“Há tempos que a sociedade brasileira sonha com o novo. O distanciamento do eleitor da vida política ficou evidente nas eleições deste ano. Os partidos deixaram de representar ideologias e passaram a ser ajuntamentos partidários, tendo o objetivo eleitoral como único e exclusivo. Mas com o que os brasileiros sonham? O que representa o novo?
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As instituições vivem uma crise de identidade. O cidadão brasileiro desconhece a importância que o Poder Público exerce na vida das pessoas. Para descobrir o novo, é preciso que os governos trabalhem focados em prioridades verdadeiras, a sociedade esteja próxima das decisões e, principalmente, que haja uma reforma no sistema que garanta espaço para as novas ideias.
Os vícios impregnados no DNA do sistema político brasileiro tornam os governos distantes da realidade das pessoas. Não se pode aceitar que uma prioridade governamental esteja atrelada diretamente a quantidade de votos que aquele investimento poderá resultar a curto prazo. O desenvolvimento de uma sociedade precisa ser pensado de forma consciente, analítico e planejado.
Também é preciso aproximar o governo dos governados. Cabe ao detentor de um cargo público, seja eletivo, comissionado ou efetivo, garantir que exista este relacionamento. A única forma de tornar o poder público evidente na vida das pessoas, é aproximando-o, tanto no debate, quanto na execução das ações. É possível afirmar que um dos maiores motivos da desilusão das pessoas é o sentimento de não ser ouvido. O novo só será descoberto a partir do momento que as novas ideias conquistarem espaço. E isso passa por uma reforma estrutural do sistema político brasileiro. É preciso, dentre outras, acabar com as reeleições infinitas do Poder Legislativo. É preciso que os partidos políticos invistam na formação de novas lideranças e os governantes abram espaço para as novas forças. Enquanto as novas ideias não tiverem espaço, o novo não será descoberto.“
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