Por Lucas Neves

É preciso chorar no começo para poder rir no final. Com essa máxima, a atacante Marta, 33, instou as jogadoras mais novas, após a eliminação do Brasil neste domingo (23), a trabalhar duro para fazer evoluir o futebol feminino no país.

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— Precisa treinar mais, precisa se cuidar para poder sorrir no fim — disse a atleta, que disputou na França sua quinta Copa.

— Não vai ter Marta, Formiga e Cristiane para sempre — afirmou.

Segundo ela, "quem sonha em estar na seleção precisa começar a fazer agora".

— Vou dizer que não tomo uma cerveja? Tomo, mas na hora em que é conveniente — destacou.

A também atacante Andressa Alves, que se contundiu em um treino durante a fase de grupos e não disputou as últimas duas partidas, fez coro.

— Quer ir para festa? Tudo bem, mas come direito, dorme. Tem que abrir mão… só aprendi a ser 100% profissional quando vim para a Europa — disse ela, que hoje defende o Barcelona.

As jogadoras também falaram da importância de um trabalho continuado na seleção, na contramão da praxe de temporadas curtas (às vezes, de apenas alguns dias) antes de competições e amistosos.

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— A seleção permanente [para a Olimpíada de 2016] ajudou muito. Treinarmos juntas ajuda muito", afirmou a goleira Bárbara, acrescentando que este foi seu último Mundial — porém, ela ainda espera disputar a Olimpíada de Tóquio, em 2020.

Na mesma linha, Marta salientou que a formação de um grupo competitivo demanda tempo.

— A geração de 2004 a 2008 [que foi vice do Mundial e duas vezes prata em Olimpíadas] ofereceu a ocasião ideal para começarmos a lapidar outros talentos. Mas a gente a perdeu.

Na visão da atacante, "não dá para fazer as coisas a curto prazo, o trabalho não vai fazer efeito em meses".

Marta disse não pensar por ora em aposentadoria.

— Tem gente muito mais velha do que eu aí. Tenho só 33 anos. O Dani Alves tem 36 e está na seleção. Presta atenção! — afirmou.

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Algumas jogadoras mencionaram ainda a necessidade de o futebol feminino ser levado mais a sério por clubes brasileiros.

— Precisam dar estrutura boa, comissão que entenda o que é o esporte jogado por mulheres — disse Thaisa, autora do gol da seleção.

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