Algumas mudanças no dia a dia, como a adoção de hábitos mais saudáveis, têm se mostrado eficientes para prevenir a depressão ou, ao menos, tornar mais leves os sintomas dessa doença. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão atinge 5,8% da população brasileira.

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Para o Dr. Elson de Miranda Asevedo, psiquiatra da Unifesp, instituição parceira do movimento “Falar Inspira a Vida”, é preciso mudar o modo como se encara a depressão e entender que é necessário cuidar da saúde mental da mesma forma que se cuida da saúde física: com ações preventivas.

O psiquiatra explica que é possível iniciar o tratamento a partir dos primeiros sintomas, do momento em que a gente a chama de doença, e cuidar dali para frente, mas afirma que é muito importante, também, cuidar “dali pra trás”, preventivamente, com ações de promoção da saúde.

— As mulheres costumam ir ao ginecologista todos os anos, por exemplo, não necessariamente para tratar de alguma enfermidade, e sim para prevenir o surgimento de doenças como câncer de colo de útero, câncer de mama, etc. Temos que começar a pensar em cuidar da nossa saúde mental de forma preventiva. — afirma Dr. Asevedo.

Fortalecer a saúde mental: conheça hábitos e comportamentos que protegem contra a depressão

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Um dos hábitos que está associado à diminuição dos sintomas da depressão é a alimentação. Existem pesquisas científicas que associam uma dieta à base de vegetais, cereais integrais, ovos e carnes magras à redução das crises em jovens que têm depressão, enquanto o consumo de alimentos processados pode intensificar o problema.

Além de manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos regularmente também ajuda na prevenção. O Black Dog Institute (EUA) pesquisou 34 mil pessoas durante 11 anos e concluiu que o sedentarismo pode agravar a doença. Segundo os psiquiatras do instituto, 12% dos casos de depressão entre os voluntários do estudo poderiam ser evitados com apenas uma hora de exercícios físicos por semana.

Praticar exercícios físicos promove a liberação da endorfina, hormônio que traz a sensação de prazer e bem-estar, reduzindo a ansiedade e o estresse. Em médio e longo prazo, os exercícios físicos estimulam as células nervosas do hipocampo e ajudam a regenerar a rede neuronal – que pode ser alterada por distúrbios psicológicos.

Existem sinais de alerta, como por exemplo, sensação de angústia, ansiedade exagerada, baixa autoestima, insônia
Existem sinais de alerta, como por exemplo, sensação de angústia, ansiedade exagerada, baixa autoestima, insônia (Foto: Freepik)

Quando buscar ajuda?

Um passo essencial para cuidar da saúde mental é olhar internamente e reconhecer as próprias emoções, o que segundo Dr. Asevedo, é uma habilidade complexa para a maioria das pessoas. Quando o assunto é depressão, isso se torna ainda mais complicado porque os sintomas podem ser confundidos com tristeza, desânimo ou nervosismo, por exemplo.

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Mas existem sinais de alerta, como por exemplo, sensação de angústia, ansiedade exagerada, baixa autoestima, insônia (ou excesso de sono), desinteresse por atividades que antes davam prazer, pensamentos pessimistas, às vezes sobre morte, comportamentos compulsivos, dificuldade para se concentrar, problemas ou disfunções sexuais, sensação de impotência ou incapacidade para os afazeres do dia a dia, indicam que é hora de procurar ajuda profissional.

Em alguns casos, uma consulta com psiquiatra ou psicólogo é uma maneira de prevenir a depressão. A conversa não precisa estar relacionada à suspeita da doença e é importante estar respaldado por apoio profissional para falar sobre suas emoções, mesmo se você não está passando por momento de crise e/ou suspeita de algum transtorno mental. Ele também pode entender se existem sintomas que são indicativos de que o paciente possa vir a ter a doença e saber se é o caso de sugerir cuidados preventivos, como terapias complementares e a adoção de uma rotina mais saudável.

É importante reconhecer que ainda existem muitos preconceitos em relação à doença. Essa estigmatização acaba fazendo com que pouco se fale a respeito da prevenção, dos sintomas, dos tratamentos e do diagnóstico da doença. Para mudar esse cenário e propor uma conversa mais aberta sobre o tema, a Janssen Brasil em parceria com uma coalizão de organizações que são referência em saúde mental no país – IPQ-USP, Unifesp, CVV, Instituto Vita Alere, CDD, Vitalk e VejaSAUDE, idealizou o Movimento “Falar Inspira a Vida”. Entre as ferramentas criadas pelo Movimento está o Guia Depressão: quando saber falar e ouvir inspira vida, que explica qual a maneira mais adequada e empática para falar sobre o tema, de forma a promover uma escuta acolhedora e incentivar a busca por apoio de profissionais qualificados.

Baixe gratuitamente o guia do Movimento “Falar Inspira a Vida”!