De forma simples e didática, o autismo consiste em uma alteração cerebral, uma desordem que compromete o desenvolvimento psiconeurológico e afeta a capacidade da pessoa se comunicar, compreender e falar, prejudicando, desta forma, seu convívio social.

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Se manifesta, normalmente, antes dos três anos de idade, sendo mais comum em meninos. Não é, necessariamente, acompanhado de retardo mental, de vez que existem casos de crianças que apresentam inteligência e fala intactas. Vale destacar que o autismo é mais comum, em crianças, que câncer, aids e diabetes juntos.

Dados de 2012 dão conta que existiam, em todo o planeta, algo em torno de 70 milhões de indivíduos inseridos no espectro autista. No Brasil, estima-se que tenhamos mais de dois milhões de pessoas consideradas “autistas”. E, é claro, existem milhares de casos sem diagnóstico fechado. Assim, estamos, com certeza, diante de uma verdadeira “epidemia”.

Nem tudo o que se refere ao autismo sintetiza sofrimento e dor. Em novembro de 2010, pela vez primeira, a ciência acenou com a possibilidade da cura desse mal. Um grupo de seletos cientistas da Universidade da Califórnia (USA), liderados pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, conseguiu “curar” um neurônio “autista” em laboratório. O estudo, que se baseou na Síndrome de Rett, um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética, foi coordenado por mais dois compatriotas (Cassiano Carromeu e Carol Marchetto) e foi publicado na conceituada revista científica Cell.

A luz já começa a surgir no final do túnel. Renova-se a esperança de pais, familiares, amigos e entidades, nacionais e internacionais, que se ocupam da “causa autista”. Oxalá possamos, dentro de breves anos, ver a comunidade científica anunciar, alto e bom som, que o autismo é plenamente tratável e, mais que tudo, que ele tem cura!

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Enquanto a boa e esperada notícia não chega, vamos lutando, com as “armas” que temos, para que a causa autista receba maior atenção – em todos os níveis – das autoridades competentes. A Lei Federal 12.764, sancionada no final de 2012 pela presidente Dilma Rousseff, está aí. É a chamada “Lei Berenice Piana”, justa homenagem à mãe de um autista que, com garra e bravura lutou, junto com outros abnegados, em favor dos autistas brasileiros. Esse instrumento legal, todavia, necessita de regulamentação. Então, que o governo volte seus olhos aos autistas, implementando ações que resultem, efetivamente, em melhor qualidade de vida aos nossos amados “anjos azuis”. Eles precisam de dignidade! Eles merecem o respeito de todos nós!

Na luta pela causa autista precisamos de mais informação e de menos preconceito.