A Prefeitura de Joinville precisa simplificar e desburocratizar processos para dar mais agilidade a licenciamento para empresas. Os empreendedores do ramo de eventos são inibidos a investir na cidade.

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As afirmações são do secretário de Desenvolvimento Econômico Jalmei Duarte. Outras prioridades são o acompanhamento de obras de infraestrutura, estruturação de políticas para atrair companhias de alto valor agregado e ações integradas com outras pastas e com os municípios vizinhos.

Jalmei acredita que a qualidade da mão de obra joinvilense é um diferencial e que o fato de a cidade ser cogitada para receber uma fábrica da Mercedes-Benz eleva sua condição aos olhos de investidores.

– Continuaremos a ser fortes em setores metalmecânico, plástico e têxtil, mas queremos atrair outras áreas – diz.

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Jalmei Duarte é formado em economia pela Univille e fez MBA em gestão empresarial. É empresário do ramo de seguros e diretor do Movimento Catarinense pela Excelência. Trabalhou por quase oito anos na Volvo, em Curitiba, nas áreas de seguros, desenvolvimento de negócios, inteligência de mercado e desenvolvimento de concessionárias.

GEOGRAFIA

– A localização geográfica de Joinville é excepcional. Entre Curitiba e Florianópolis, no centro do eixo logístico que vai de São Paulo a Buenos Aires. Joinville é a terceira maior economia do Sul do País e está próxima a quatro portos modernos.

INFRAESTRUTURA

– Uma das nossas prioridades na secretaria é com as obras de duplicação da avenida Santos Dumont, via de acesso ao aeroporto. Acompanhamos de perto os trabalhos. Estão andando, mas sabemos que vão demorar pelo menos dois anos. Fazemos reuniões semanais, às sextas-feiras, com representantes de diferentes órgãos da Prefeitura e do governo do Estado sobre várias obras em curso. Então, podemos fazer cobranças recíprocas em relação ao andamento de questões e encaminhamentos relativos a obras.

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DESBUROCRATIZAR

– A Prefeitura de Joinville precisa melhorar a competitividade nos seus processos internos. Avançar na desburocratização é fundamental. Exemplo: os empreendedores do setor de eventos ainda têm, aqui, dificuldades maiores do que encontram em outras cidades próximas.

SIMPLIFICAR PROCESSOS

– É necessário simplificar os procedimentos e ter política de atração adequada. As dificuldades inibem a vinda de mais eventos. Queremos atrair aqueles que durem de três a quatro dias para estimular as atividades relacionadas. Devemos incentivar isso.

INOVAÇÃO

– Criamos o Prêmio de Inovação. É um início para incentivar acadêmicos a pensar em novidades. Temos de pavimentar este caminho. A criação de fundo próprio para esta área e com recursos específicos a ela destinados é um dos nossos objetivo.

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QUALIDADE

– A qualidade da mão de obra das empresas joinvilenses é um diferencial positivo. Queremos atrair companhias com valor agregado. Consta no plano de governo montar a Universidade do Trabalhador. É essencial aproveitar melhor a Fundamas, que pode fazer mais pela qualificação dos trabalhadores.

INTEGRAÇÃO

– A integração com outras secretarias municipais é um ganho e auxilia a todos. Isso acontece com a Secretaria da Fazenda, que pilota o programa Atender, e fundações, por exemplo.

AEROPORTO

– Em 2014, o Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola será um dos mais bem equipados do País, com a instalação do RNP e também com o ILS-1. Atualmente, muitos dos que vão viajar preferem ir a Curitiba porque o Aeroporto de Joinville não oferece segurança para teto.

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MERCEDES-BENZ

– As negociações para Santa Catarina atrair a Mercedes-Benz e a Land Rover estão concentradas no secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Paulo Bornhausen. Só o fato de Joinville ser cogitada já eleva a nossa condição aos olhos de investidores. O terreno apresentado, e que está em análise, fica na Estrada do Oeste, no distrito de Pirabeiraba, onde seria construída a fábrica da Antarctica, no final dos anos 90. Toda a faixa urbana, próxima à BR-101, será objeto de expansão empresarial.

PPP

– Tenho estudado o assunto referente às parcerias público-privadas (PPPs) a partir da legislação federal, de 2003. Até agora, o governo de Minas Gerais é quem melhor adota estas práticas. O grande problema para aplicá-las é a necessidade de se ter um fundo garantidor para dar suporte aos investidores. Em Joinville, se for o caso, fazer PPP com a Águas de Joinville é fácil, porque lá há recebíveis certos (contas de água e esgoto) a serem entregues aos potenciais investidores. Em relação ao Centreventos Cau Hansen, é preciso verificar o propósito.

EMPRESAS

– A rede de supermercados Condor espera pela licença ambiental para construir seu primeiro empreendimento na cidade. Mas já sinalizou interesse em erguer a segunda unidade em Joinville. O grupo paranaense identifica mercado para isso. Em outro segmento, o grupo sulcoreano Yudo (ferramentaria) vai construir unidade na região Norte.

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ITALIANA

– Representantes de empresa italiana, fabricante de eixos para veículos, fizeram sondagens junto à Prefeitura. Foi só uma conversa, e não retornaram mais.

FUTURO ECONÔMICO

– Temos de respeitar nossas vocações naturais. Continuaremos a ser fortes em setores metalmecânico, plástico e têxtil. Queremos atrair negócios em outras áreas: fármacos, economia verde, novos materiais, tecnologia de informação e comunicação. Ainda não há prospecção nesta direção. Há um futuro promissor para a cidade.

VERTENTE

– Jaraguá do Sul também se estrutura na mesma vertente. Isso não é ruim. Pelo contrário, possibilitará o surgimento de um cluster na região Norte catarinense. A integração regional é muito importante. Temos contatos regulares com secretários de Araquari e Jaraguá do Sul.

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