Como se fosse um encontro romântico, Oswaldo Montenegro chegará ao palco do Teatro da Liga, em Joinville, nesta sexta-feira, pronto para fazer de tudo para agradar ao embalar com palavras de amor aqueles que estiverem à sua frente. O músico de 63 anos, considerado um dos grandes nomes da geração da MPB que surgiu nos anos 1970 e 80, se inspirou nas próprias lembranças de infância para criar o espetáculo que traz a duas cidades da região Norte de Santa Catarina nesta semana — no sábado, o show é em Jaraguá do Sul.
Continua depois da publicidade
Não são recordações comuns de qualquer menino, mesmo aqueles criados em cidades históricas e cheias de romantismo como a mineira São João Del-rei, para onde Montenegro mudou-se com a família aos sete anos de idade. Apesar de não serem artistas profissionais, seus pais eram músicos e costumavam sair ao lado de outros amigos boêmios pelas ruas antigas da cidade setecentista. Ao chegar embaixo da janela da casa de amigos, paravam para cantar e tocar, em uma espécie de serenata. Foi com estes músicos amadores que o artista aprendeu a tocar violão e a amar a música.
Por isso, na noite de sexta-feira, ele homenageia suas origens com o show "Serenata". Tendo apenas o piano, a viola de 12 cordas e o violão de seis para acompanhá-lo, ele cria um cenário como se estivesse em uma ruazinha de São João Del-rei, em um espetáculo intimista no qual atende aos pedidos da plateia e bate papo. Em uma entrevista ao jornal A Notícia e à Rádio Globo Joinville, Montenegro contou mais sobre estas lembranças e sobre o show que realiza em Joinville e Jaraguá do Sul. No domingo, 9, ele se apresenta no Teatro do CIC com o show "O Azul e o Tempo".
Entrevista
Como estas experiências de acompanhar seus pais e outros músicos em serenatas te influenciaram como pessoa e como artista?
Estas experiências das serenatas em São João Del-rei me definiram, sabe, como pessoa e como artista. Meus pais saíam com os amigos boêmios na madrugada e às vezes permitiam que eu fosse com eles. E eu ficava completamente encantado percorrendo aquelas ruas iluminadas por lampião e eles vinham cantando, paravam embaixo de uma janela e começavam a cantar. A pessoa vinha, abria a janela e depois descia, abria a porta e servia pão de queijo com café e carinho. E aquilo me formou como músico. Ali eu aprendi o meu primeiro acorde no violão. E eu realmente reconheci que eu devo a minha carreira a essas pessoas. Eles são os meus ídolos, esses seresteiros que conheci lá. O show que vou apresentar em Joinville e Jaraguá do Sul é exatamente essa sensação. Eu quero proporcionar ao público essa experiência, cantando junto, conversando com o público, aceitando pedidos de música. Então, é muito mais um encontro, uma serenata, do que um show. Eu vou estar ali com piano e com violão pra a gente tocar, pra gente brincar. Essa é a intenção.
Continua depois da publicidade
Por que fazer este resgate dessas memórias neste momento da tua vida? Quais são as músicas escolhidas para formar a base do show?
Esse resgate é porque me sinto obrigado emocionalmente a homenagear esses boêmios que ajudaram a forjar a minha vida artística. O repertório é assim: eu vou cantar várias músicas que compus há muito tempo como "Bandolins", "Intuição", "A Lista", "Lua e Flor", "Travessuras", "Metade", e vou atender o público também. O repertório é muito flexível.
Mesmo em shows com banda completa, você costuma ter muito contato com a plateia. Como é sua relação com o público?
É verdade, eu sempre usei essa proximidade com o público, mas agora em vez de usar, eu vou “abusar”. Eu me sinto muito bem nesse tipo de coisa. Mas este tipo de show tem que ser no teatro, ele não funciona de forma alguma em ginásio, em clube. É mais um lugar onde você tenha realmente um espaço íntimo. Por isso que Joinville e Jaraguá do Sul são tão bacanas para esse show. Eu sempre tive um contato muito bacana com o pessoal de Santa Catarina. Me entendo muito bem com esse público.
Continua depois da publicidade
Agende-se:
O QUÊ: Oswaldo Montenegro com o show Serenata
Em Joinville
QUANDO: sexta-feira, 7 de junho, às 21 horas
ONDE: Teatro da Liga (rua Jaguaruna, 100, Centro)
QUANTO: R$ 150 (setor VIP), R$ 130 (setor Ouro), R$ 100 (setor Prata e laterais A e B) e R$ 80 (laterais C e D). Ingressos à venda no site Ticket Center. Meia-entrada (50% de desconto) para estudantes, professores, idosos e PNE (exceto na Setor VIP) e 20% de desconto para titular do cartão Clube NSC e para um acompanhante (exceto na Setor VIP).
Em Jaraguá do Sul
Quando: sábado, às 21 horas
Onde: Grande Teatro da Scar (rua Jorge Czerniewicz, 160)
Quanto: Ingressos de R$ 100 a R$ 150, com desconto para sócio Scar e meia-entrada mediante apresentação de documento com foto, à venda no site Alô Ingressos