O presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau, concedeu entrevista a ZH depois de realizar palestra na tarde desta terça-feira, no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Com a condição de que falaria somente sobre sua participação no evento, o empresário respondeu algumas perguntas sobre a Petrobras, empresa da qual foi conselheiro até a semana passada, mas encerrou a conversa após ser perguntado sobre as CPIs que estão sendo propostas no Congresso.

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Zero Hora – Uma das críticas recorrentes no fórum é o intervencionismo do governo federal. O senhor vê este intervencionismo no caso da Petrobras, que perdeu valor de mercado de forma muito acelerada nos últimos anos?

Jorge Gerdau – É indiscutível que existe um conflito de estratégias. Há dois interesses. Um é a política de combate à inflação e o outro é a política de preços da Petrobras. É um tema complexo e que o governo tem tentado manter equilibrado. Indiscutivelmente, é uma política de definições estratégicas para atender o não crescimento da inflação e significa intervencionismo em regras do mercado.

ZH – Mas o senhor considera correto, visto que o senhor também construiu uma grande companhia de capital aberto?

Gerdau – Se eu olhar sob o ponto de vista do mercado, acho que tem de fazer política de mercado. Se estou do outro lado, a política de combater a inflação também é correta. Isso é uma definição macropolítica de governança que o governo tem que tomar.

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ZH – Mas a prioridade de uma companhia de capital aberto não seria entregar resultado para seus acionistas?

Gerdau – Se olhar como acionista, sim. Uma das coisas que o acionista tem de fazer é olhar quem é o controlador da empresa. Quando o controlador é o Estado, se corre esse risco.

ZH – O senhor acha válida a criação de uma CPI da Petrobras?

Gerdau – Não tomo posição sobre isso.