É falso que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) teria invadido um terreno do Exército em Blumenau, no Vale do Itajaí. Mensagens e áudios que circulam no WhatsApp, sem autoria identificada, mentem também ao dizer que o grupo pretendia invadir mais áreas caso o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencesse a eleição. O MST negou a ocupação e a suposta pretensão de invasão.
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O 23ª Batalhão de Infantaria do Exército brasileiro, que fica no município citado, disse em nota que o grupo era formado por duas famílias que se declararam como indígenas.
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Já a foto que foi usada como suposta invasão do MST foi tirada de contexto. Ela é na verdade uma ação do MST no Distrito Federal.
Conteúdo investigado: Mensagens circulam no WhatsApp dizendo que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) invadiu um terreno do Exército em Blumenau, no Vale do Itajaí. Em algumas delas, as pessoas informam que o grupo pretende invadir áreas próximas caso Lula vença a eleição à Presidência.
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Onde foi publicado: Informação circula em grupos de WhatsApp. Sem identificação da autoria
Verificação
O local citado nos áudios e mensagens é uma área cedida ao 23º Batalhão de Infantaria do Exército brasileiro, que fica no bairro Progresso, em Blumenau. A região tem a permanência considerada insegura devido aos treinamentos de tiro feitos pelos militares feitos nas proximidades.
No dia 18 de outubro, o Exército emitiu nota sobre uma ocupação no local feita por um grupo de indígenas — dois homens, cinco mulheres e nove crianças.
Conforme a manifestação, houve uma orientação para que eles se retirassem dali. O motivo alegado foi justamente o perigo em função dos treinos de tiro.
As famílias indígenas deixaram a área no dia 19 de outubro, mas permaneceram acampadas em outro imóvel na Rua Belmiro Colzani, também no bairro Progresso.
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Antes de ocupar a área do Exército, o grupo vivia há quatro anos no antigo prédio do Centro de Saúde da Rua Itajaí, mas deixou o local após o desabamento de um imóvel vizinho, onde ficava a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
MST nega acampamento
O Movimento dos Sem Terra negou a invasão. Em resposta, o MST repudiou a divulgação de informação falsa sobre a ocupação no bairro Progresso.
“Neste período eleitoral temos sido alvo de inúmeras notícias falsas produzidas por bolsonaristas, que tem o objetivo de produzir desinformação contra os Sem Terra e causar pânico eleitoral contra a campanha de Lula à presidência”, escreveu o MST em nota.
O grupo foi criado há 38 anos e atua na luta pela reforma agrária no país.
Imagem que circula é de ação em Brasília
A foto que circula e é atribuída à suposta invasão em Blumenau é na verdade uma ação do MST em Brasília. O caso ocorreu em maio deste ano e, na ocasião, integrantes do Movimento criaram a ocupação Primavesi, em Planaltina.
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Como verificamos: O primeiro passo foi verificar com os órgãos citados a veracidade das informações. O MST foi procurado via e-mail, assim como Ministério Público Federal (MPF).
Já o Exército brasileiro foi acionado por meio do WhatsApp. Quem respondeu aos questionamentos citados foi o 1º Sargento Rodrigo Castanheira de Almeida, responsável pela comunicação social do 23º Batalhão de Infantaria, que fica em Blumenau .
Por que investigamos: O NSC Check tem como objetivo combater a desinformação. O programa investiga conteúdos suspeitos que viralizam nas redes sociais sobre as eleições gerais deste ano. Conteúdos falsos ou enganosos que envolvem o sistema eleitoral, candidatos ou instituições podem influenciar na compreensão da realidade dos eleitores.
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