É ele quem toca a Banca Richlin

O cliente entra, folheia algumas revistas e escolhe a que mais lhe agradou. Vai até o caixa para pagar o produto e encontra um homem bem sério atrás do balcão de vidro. A aparência sisuda é só a primeira impressão, quebrada logo em seguida, quando Carlos Augusto da Silva faz o primeiro contato e abre a conversa.

E é nessa hora que ele cativa e garante a clientela. A simpatia, o bom papo do dono e a variedade de publicações são diferenciais da Banca Richlin, que fica na frente da Casa Sofia, na rua Padre Carlos. O local é ponto de referência no Centro de Joinville.

E o nome leva o peso da tradição de 40 anos de comércio na cidade. Das quatro décadas de existência, a banca está há dez anos com Carlos. Casado com uma catarinense, o paulista resolveu mudar-se para Joinville e abrir um negócio próprio.

Confira vídeo com Carlos Augusto:

A oportunidade de comprar uma banca já conhecida na região foi o estímulo para que ele resolvesse mudar do ramo de representante comercial para se aventurar na venda de revistas e jornais.

Com paciência e dedicação, embalado pela tradição do ponto, Carlos consegue fazer do espaço um lugar agradável para quem gosta de dar uma paradinha para ler as manchetes do dia. Muitos chamam Carlos de “Richlin”, sobrenome dos primeiros donos da banca, mas ele não se importa com a confusão de nomes.

– Não fico corrigindo. Já me acostumei com as pessoas me chamando de Richlin. Mas quando vem alguém que diz conhecer a família, eu esclareço o engano – explica.

Carlos não chegou a ter contato com a família Richlin, que vendeu o espaço a terceiros há muitos anos. É difícil não encontrar uma publicação brasileira entre as prateleiras forradas de exemplares.

Quando não há alguma novidade, é só pedir para o “Richlin” providenciar. Mesmo gostando de trabalhar no ramo, Carlos se preocupa com a extinção das bancas de jornais.

– A venda de revistas e jornais se espalhou pelos supermercados e postos de gasolina. Quase todo lugar tem e isso diminui as nossas vendas.

Os produtos que ele mais vende são as revistas semanais que, de vez em quando, entre um atendimento e outro, ele folheia para ficar por dentro dos assuntos. Ele conta com o apoio de uma ajudante para cuidar da banca.

Carlos tem também a companhia de uma “amiga” de quatro patas que desfila tranquilamente pela banca. Lica acompanha Carlos todos os dias e já criou fama até nos arredores. O dono da cachorrinha conta que ela já foi exemplo de bravura quando avançou em um homem que estava sendo procurado pela polícia e só pôde ser pego por causa do alarme dado por Lica.