Procurado pelo Diário Catarinense para explicar a falta de energia elétrica que desde quarta-feira afeta mais de 20 cidades do Estado, especialmente na Grande Florianópolis, Clerverson Siewert, presidente da estatal, traçou algumas possibilidades para justificar o problema. Ele também afirmou que o mapa interativo criado pelo DC, para que os internautas indicassem os locais dos apagões pontuais, estava sendo usado pela empresa para analisar o desabastecimento. Confira os principais trechos da entrevista:
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>>> Celesc registra demanda recorde de energia elétrica em Florianópolis
Diário Catarinense – O que tem causado as quedas de energia na última semana?
Clerverson Siewert – Não é possível dizer que tem havido mais quedas que em outros períodos do ano, os cortes acontecem o ano inteiro. Ainda estamos investigando essa informação, mas já é possível fazer algumas especulações. Na última quarta-feira, tivemos o recorde histórico de consumo de energia elétrica – para dar uma ideia do cenário, esse número aumentou 11% em relação ao ano passado. Entretanto, a Celesc trabalha com uma série de atividades preventivas planejadas, e não podemos dar um diagnóstico preciso porque precisamos analisar cada caso individualmente. Acredito que boa parte destes cortes tenham sido programados para reparos na rede elétrica.
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DC – O calor aumenta o número de quedas de energia?
Siewert – É muito difícil fazer uma relação entre o calor e as quedas, estamos apurando isso, mas uma situação de temperatura extrema – tanto calor quanto frio – vai sempre atrapalhar a distribuição. Isso acontece com qualquer tipo de aparelho elétrico ou eletrônico, não é uma peculiaridade da Celesc ou dos fornecedores de energia. Além disso, o verão aumenta bastante a percepção das pessoas sobre as quedas de luz: ficar uma hora sem energia elétrica no inverno é muito menos doloroso que no verão.
DC – Por que a Grande Florianópolis está registrando mais quedas de energia?
Siewert – Temos 16 unidades distribuidores em SC, e com certeza há registros de queda de energia em todas elas. Ainda não podemos dizer se há mais quedas de energia na Grande Florianópolis, mas neste exato momento [17h], temos 20 mil casas sem energia elétrica no Estado, sendo 9 mil delas apenas na Capital. A população no litoral aumenta drasticamente no verão, o que também dificulta a distribuição e o diagnóstico.
DC – O que a Celesc está fazendo para prevenir novas quedas?
Siewert – Nos surpreendemos com o crescimento, mas é difícil estimar qual foi a causa exata desses problemas. Acreditamos que sejam problemas pontuais na rede elétrica ou desligamentos programados, e nos solidarizamos imensamente com as pessoas sem energia. Todo mundo sabe o quanto é difícil ficar sem luz. Para evitar esse tipo de situação, estamos com a Operação Verão, que mantém 55 equipes pelo litoral para melhorar o serviço. Também estamos com transformadores móveis, que podem ser transportados até os locais mais críticos. É preciso manter em mente que a Celesc cumpre as exigências da ANEEL há 60 anos, mais do que a grande maioria dos Estados.
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Confira no mapa os locais que registraram falta de luz