A mais difícil e cruel opinião a ser dada é aquela que vem cravejada da partícula “se”. Tão usado no português, com tantas funções gramaticais, o “se”, no futebol, é um perigo.
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O “se” costuma ser usado como uma conjunção subordinativa condicional: trocando em miúdos, é o famoso “pode ser que vá acontecer, se…”.
Tem até um termo bastante comum entre os boleiros e torcedores: “O ‘se’ não entra em campo”.
Pois é, avaliar a escolha do novo técnico do Figueirense, Márcio Goiano, sem recorrer ao “se” é fatal para o cronista.
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Até porque o histórico do clube com a escolha de técnicos têm sido de muitos trabalhos infrutíferos, o que coloca sempre uma série de dúvidas em tudo e em todos.
A tendência é aprovar a contratação. Pela identificação do personagem Goiano com o clube e com a torcida; também por ótimos trabalhos no próprio clube.
Mas há a sensação de que a cartada pode funcionar, se…
Se realmente Goiano não estiver numa fase acomodada da carreira, que, como treinador, nunca decolou rumo a um grande clube brasileiro.
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Se não estivermos enganados quanto à qualidade do grupo montado pelo Figueirense.
Se ele conseguir resgatar, junto a um grupo de jogadores extremamente frio, um sentimento de vontade e garra, tão necessários para uma Série B e também para o resgate da confiança da torcida.
Vejam, só nos três parágrafos anteriores, foram três condicionais para um futuro menos complexo em relação ao Alvinegro.
Como o “se” não joga, vamos dar um voto de confiança a Goiano, para que seu trabalho mude o complicadíssimo rumo de início de ano, que ameaça reproduzir um Figueira pior do que o do final de 2016.
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