O deputado federal catarinense João Pizzolatti foi um dos citados por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Os nomes, delatados pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa, foram divulgados em reportagem da revista Veja. Por volta das 14h20min deste sábado, Pizzolatti, que é presidente interino do Partido Progressista, conversou com a reportagem do Diário Catarinense e se defendeu das acusações.
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Por telefone, o deputado disse que ainda não leu a reportagem, mas que deveria reunir-se ainda nesta tarde com seus advogados para emitir uma nota oficial. Pizzolatti nega as acusações de que teria algum envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro na Petrobras. Irritado, disse que não há provas contra ele e pede que seja quebrado seus o sigilos bancário e telefônico, se necessário.
– Quero ver uma prova? Pegaram uma depoimento de um condenado e fazem uma denúncia sem provas. Fazem isso 30 dias antes da eleição, citam nomes sem uma sustentação- desabafou.
De acordo com o material publicado pela revista Veja, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa que aceitou um acordo de delação premiada, delatou à Polícia Federal dezenas de senadores e deputados federais de três partidos (PT, PMDB e PP), governadores e um ministro como beneficiários de um esquema de pagamento de propinas com dinheiro de contratos da estatal.
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Entre os nomes citados, estão o do deputado do PP de Santa Catarina, João Pizzolatti, dos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB), do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e de Eduardo Campos, candidato à Presidência morto em acidente aéreo.
Costa admitiu que as empreiteiras contratadas pela Petrobras tinham que, obrigatoriamente, contribuir para um caixa paralelo que tinha como destino final partidos e políticos. PP, PMDB e PT seriam os principais “beneficiados”.
O número de políticos envolvidos no esquema pode ser ainda maior, já que o ex-diretor teria citado pelo menos 30 senadores e deputados que receberiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da Petrobras firmado durante sua gestão (entre 2004 e 2012).
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Pizzolatti foi enfático ao dizer que as denúncias feitas pela revista não significam nada por não terem provas e que não é a primeira vez que situação semelhante acontece durante uma eleição.