O que causou o fogo? O seguro vai cobrir o prejuízo? Alguém será responsabilizado? Quando o imóvel poderá ser devolvido para uso público? Perguntas sem resposta seguem pautando as conversas sobre o incêndio que destruiu o prédio do antigo Restaurante Frohsinn, no bairro Ponta Aguda.

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As dúvidas começam pelo resultado das investigações em torno do que aconteceu naquele 20 de agosto e se estendem até o futuro que será dado ao espaço, que pertence ao município. Algumas respostas até foram dadas, mas nenhuma conclusiva, especialmente sobre a origem do incêndio que surpreendeu a cidade.

Confira quatro questões principais que ainda aguardam desdobramentos:

1) O que causou o incêndio?

Primeira e mais polêmica questão, ela dificilmente será respondida se depender do avanço das investigações. O laudo do Instituto Geral de Perícias mostrou que não é possível apontar como o fogo, que destruiu a parte frontal do imóvel, começou. O inquérito policial foi concluído e enviado para o Ministério Público, onde tem tudo para ser arquivado.

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– Como não há como confirmar se foi criminoso, não deve nem virar processo, porque não há quem julgar – disse o delegado responsável pelo caso, Henrique Stodieck.

O MP confirmou que recebeu o inquérito, mas não pode dar prazo para tomar uma decisão.

2) O que vai ser feito no local?

A prefeitura é firme em dizer que o espaço deve continuar servindo ao turismo, mas ainda não sabe de que forma. No início de outubro, um escritório de arquitetura apresentou projeto com sugestões para revitalizar o local, mas ainda é cedo para dizer se ele será levado em frente.

Os conselhos municipais reforçaram o desejo de manter o espaço aberto ao público e propuseram a construção de estrutura no mirante, que dá vista para um dos mais belos panoramas de Blumenau.

3) Quando vai ser pago o seguro?

Ainda não é possível afirmar. A empresa responsável pelo seguro, a Mapfre, contratou um serviço para fazer o levantamento de quanto precisa ser gasto para a reforma ou qual o valor que deve ser repassado à prefeitura. O poder público contratou outra empresa para fazer o mesmo levantamento. Quando terminados, os dados serão confrontados.

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– Ainda não há um prazo para isso acontecer, mas acreditamos que ainda em outubro estaremos com eles em mãos. Então vamos conversar com a seguradora e ver o que será feito, se o seguro bancará a reforma ou se os valores serão repassados aos cofres do município – disse o diretor de patrimônio da Secretaria de Administração, Claudionor da Cruz Souza.

A reportagem procurou a Mapfre na quinta-feira. Por meio da assessoria de imprensa, a seguradora respondeu que “que, por motivos contratuais, não comenta processos de sinistros em andamento”.

4) Quem será o responsável por administrar o local?

A prefeitura defendeu publicamente a venda do Frohsinn à iniciativa privada, e definiu que enviaria um projeto de lei à Câmara de Vereadores propondo saída semelhante à que foi dada ao Moinho do Vale, outro restaurante turístico que estava abandonado na década passada. A proposta recebeu parecer favorável entre os conselhos municipais, mas despertou críticas de quem defende o uso público do terreno.

Na sexta-feira passada, o secretário de Turismo, Ricardo Stodieck, levantou outras hipóteses além da venda, e admitiu a possibilidade de adotar o modelo de concessão, quando o município cede o bem a uma empresa por um tempo determinado:

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– Estipulamos até o fim de outubro para bater o martelo sobre a melhor solução para o Frohsinn e vamos respeitar isso. Ainda avaliamos se o melhor é vender, conceder à iniciativa privada ou fazer parceria – conclui Stodieck.

Stodieck explicou que a primeira quinzena de outubro foi dedicada à Oktoberfest, por isso a partir da semana que vem a discussão sobre o Frohsinn será retomada.

Histórico

1968 – Começa a construção do imóvel. O restaurante é inaugurado um ano depois

2003 – Prefeitura lança edital para a ocupação do espaço. Uma das cláusulas determina que o locatário não pagaria o aluguel se calçasse a Rua Gertrud Sierich (Morro do Aipim)

2004 – Em fevereiro, inicia a exploração do espaço

2009 – Prefeitura faz notificação extrajudicial, pois concessionária não cumpre com a compensação do calçamento

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2010 – Em julho, como não ocorre a desocupação e prefeitura entra com um pedido de reintegração de posse na Justiça

2012 – O restaurante é fechado em outubro

2013 – Em agosto, a Justiça determina que prédio volte à prefeitura

2014 – Em janeiro, a prefeitura manifesta interesse em vender o imóvel que abrigou o restaurante Frohsinn. Quatro dias depois o Conselho Municipal de Cultura emite uma resolução contra. Em maio, a prefeitura de Blumenau afirma que a preferência do município é vender o imóvel da antiga sede do restaurante no Morro do Aipim