O Iraque sofreu o ataque mais sangrento desde a retomada da cidade Mossul das mãos dos extremistas em julho passado, com um balanço provisório de pelo menos 52 mortos e 91 feridos em um duplo atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

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O primeiro ataque aconteceu em um restaurante, e o segundo, com carro-bomba, ocorreu um pouco depois e teve como alvo um posto de controle. Ambos foram cometidos em uma estrada perto da cidade de Nassiriya, 300 quilômetros ao sul de Bagdá, na província de Zi Qar.

A estrada em questão é usada, com frequência, por peregrinos e visitantes do vizinho Irã, a caminho das cidades sagradas xiitas de Najaf e de Kerbala, mais ao norte. Há iranianos entre as vítimas.

Em um breve comunicado divulgado por sua agência de propaganda, a Amaq, o grupo ultrarradical sunita informou que vários suicidas participaram do ataque que matou “dezenas de xiitas”.

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Abdel Hussein al-Jabri, vice-secretário da Saúde para a província de Zi Qar, disse à AFP que o último balanço das vítimas era de “52 mortos e 91 feridos”.

“Esses números podem aumentar, porque alguns feridos se encontram em estado crítico”, afirmou pouco antes.

No início da tarde, vários homens armados abriram fogo contra as pessoas que estavam em um restaurante. Na sequência, embarcaram em um veículo e se detonaram em um posto de controle, relatou uma fonte dos serviços de segurança.

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Este ataque acontece depois de o EI ter sofrido um novo e duro golpe no Iraque, com as forças de segurança recuperando, no início de julho, o controle de Mossul (norte). Há três anos, esta que é a segunda maior cidade do país caía nas mãos do EI.

A organização extremista sofreu outro revés ao ser forçada a abandonar um outro reduto, Tal Afar, no final de agosto. O grupo também perdeu milhares de combatentes.

No Iraque, o EI mantém agora poucas áreas de influência: Hawija, 300 km ao norte de Bagdá, além de três localidades no deserto oriental, fronteiriço com a Síria – Al-Qaim, Rawa e Anna. Segundo um general iraquiano, lá estão “mais de 1.500 jihadistas”.

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Acompanhadas de unidades paramilitares, as forças iraquianas se preparam para atacar essas últimas fortalezas nos próximos dias e semanas.

Na quarta-feira (13), de acordo com um correspondente da AFP, várias unidades de artilharia foram posicionadas nas proximidades de Rawa e Anna, a cerca de 100 km da fronteira com a Síria.

Apesar das derrotas nos campos de batalha, o EI ainda dispõe, porém, de centenas de combatentes prontos para cometer ataques suicidas em todo país.

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Ao mesmo tempo, o Iraque enfrenta as ambições separatistas do Curdistão iraquiano, que pretende realizar um referendo sobre sua independência em 25 de setembro.

Bagdá escolheu endurecer o tom nesta quinta (14), demitindo o governador de uma disputada província que decidiu apoiar essa consulta. Cerca de 5,5 milhões de curdos iraquianos devem participarão do referendo.

* AFP