Vestida de luto Elisabeth Kratz, 64 anos, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira na delegacia de Penha sobre a morte da única irmã e de uma sobrinha. Foi ela quem encontrou os corpos de ambas sobre uma cama na casa onde moravam na localidade de Mariscal. Entre as imagens aterrorizantes, a bermuda que pertencia a um dos suspeitos do assassinato, deixada no local, não sai da memória.

Continua depois da publicidade

Elisabeth percebeu que havia algo de errado após sair e retornar e encontrar a casa da irmã fechada. Ela mora na casa ao lado desde 2005 e há seis meses Elita Kratz, 67, e a filha Márcia Andrea Zeferino, 46, mudaram-se de Blumenau para Penha. Tudo para que as irmãs aposentadas tivessem a companhia uma da outra.

Por volta das 13h de quarta-feira Elisabeth telefonou para a irmã ir almoçar em sua casa e ao não ser atendida imaginou que Elita estivesse dormindo. Saiu com o marido e ao voltar estranhou a casa fechada.

– Eu chamei, chamei, não veio ninguém. Aí dei a volta peguei uma escada e pulei o muro – diz.

Continua depois da publicidade

Assim que entrou na casa encontrou os corpos de mãe e filha estirados na cama com marcas de espeto e manchas de sangue. Sem chão, a aposentada conseguiu chamar o marido que arrombou o portão para poder facilitar a entrada da polícia.

Em meio a panos sujos de sangue e objetos revirados, Elisabeth passou os olhos por uma bermuda que foi abandonada no carro das vítimas com manchas de sangue. Naquele momento ela não teve dúvidas, a vestimenta pertencia a um amigo da família que muitas outras vezes já havia estado com a peça de roupa.

– É uma bermuda bege assim desfiada. Vi ele muitas vezes usando ela – conta chorosa.

Elisabeth se refere a um homem jovem que é o principal suspeito de ter assassinado as duas juntamente com a companheira. Márcia e o casal se conheceram no restaurante onde a vítima era garçonete e a dupla fazia serviços temporários.

Continua depois da publicidade

Depois disso, ficaram amigos e passaram a frequentar tanto a casa de Elita quanto a de Elizabeth. O homem chegou a ajudar o marido de Elisabeth com uma mudança.

Churrasco

Elisabeth conta que na tarde de terça-feira o casal passou o dia na casa das vítimas bebendo e fazendo churrasco. Ela chegou a ir na casa da irmã, comeu e voltou para sua casa.

– Foi a última vez que eu a vi – lamenta.

Depois disso, vizinhos viram o carro do casal deixando a residência e eles não foram mais vistos. Os corpos de mãe e filha serão levados para Blumenau e velados a partir desta sexta-feira na localidade Velha Pequena.

Continua depois da publicidade