Uma necessidade desde o fim da década passada, prometidos em 2012 e iniciados em 2013, a duplicação e o viaduto da avenida Santos Dumont foram inaugurados ontem à tarde. A data foi escolhida por ser o dia em que se completa três anos da morte de Luiz Henrique da Silveira, ex-prefeito de Joinville e ex-governador e senador de Santa Catarina, homenageado ao ter o nome usado para batizar o elevado. O evento de inauguração ocorreu no viaduto, com a presença do governador Eduardo Pinho Moreira, do secretário do Estado de Infraestrutura João França, do prefeito Udo Döhler, além de deputados estaduais e de outros representantes políticos e de entidades regionais. A família de Luiz Henrique também participou e recebeu uma homenagem.
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O valor total das duas obras é de R$ 85,2 milhões, um dos maiores contratos de obras do Governo do Estado e o maior no setor viário já realizado em área urbana na região Norte de Santa Catarina, conforme afirmação do secretário Paulo França. Segundo ele, o atraso na entrega da duplicação e do elevado se explica por ser uma obra urbana, o que torna ainda mais complexa sua execução.
— Além de todas as interferências com relação a água, a saneamento, a telefonia e a energia, ela tem o contexto das moradias. A gente tem que desalojar as pessoas e esta foi uma das demandas que tivemos aqui, que foi a mais crítica em relação ao prazo — afirmou.
As desapropriações são citadas também pelo governador para, entre outros motivos, explicar a demora na inauguração destas obras. Elas foram comandadas pela Prefeitura de Joinville, com dinheiro do município, e o valor alto das negociações levou o projeto inicial a ser refeito e porque, em um trecho de dois quilômetros, no início do trajeto Centro – Aeroporto, as desapropriações custariam um valor muito alto. Em outro ponto, a via ficou com apenas duas pistas em vez das três planejadas já que a negociação não ocorreu.
— Em princípio, a solução técnica adequada seria a duplicação, mas não conseguimos viabilizar por causa das desapropriações e optamos pelo binário, que também é uma solução técnica e que não inviabiliza de, no futuro, ocorrer ali uma duplicação — analisa França.
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Para Pinho Moreira, o fator relevante é que a obra está sendo entregue e já pode ser usufruída pela comunidade.
— Todos sabem que tivemos problemas com as desapropriações e que há problemas burocráticos e ambientais que dificultam. Infelizmente, a administração pública tem esses entraves, e nós temos que cumprir a legalidade — afirmou.
O prefeito Udo Döhler lembrou que alguns problemas no cronograma também foram burocráticos, com modificações e revisões no projeto. Mas concorda que as expropriações de terrenos foram um problema que custou caro para a administração pública e que ainda precisam ser solucionadas.
— Em alguns casos pagamos dez vezes o valor do mercado no imóvel, mas fizemos isso para que a obra pudesse ser executada. Ainda tem áreas em judicialização, que esperamos equacionar no menor espaço de tempo possível, e já temos uma agenda com o governador na próxima semana onde essa questão será examinada — informou Udo Döhler.
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Revitalização da Prudente de Morais
Na inauguração da duplicação da avenida Santos Dumont, também foi assinado o convênio para a requalificação da rua Prudente de Morais, no bairro Santo Antônio. Em fevereiro deste ano, o então governador Raimundo Colombo havia garantido que seriam disponibilizados R$ 3,9 milhões do Governo do Estado para realizar as obras de drenagem, pavimentação e sinalização da via — a obra total custará R$ 5,5 milhões, com R$ 1,6 milhões de contrapartida da Prefeitura de Joinville.
A verba estadual será disponibilizada pelo Governo do Estado para a Prefeitura de Joinville. Segundo Pinho Moreira, o Estado repassará a verba à Prefeitura de Joinville via Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal (Sigef) após o lançamento da licitação das obras.