A Região Sul necessita investir R$ 70 bilhões em 177 projetos para desatar nós de infraestrutura que elevam os custos de logística. É isto que aponta o estudo Sul Competitivo, lançado nesta terça-feira, em Brasília, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as federações industriais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

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Do total de projetos, 51 são apontados como prioritários, ou seja, precisam ser feitos a curto e médio prazo. Entretanto, a duplicação da BR-470 não está entre as obras mais importantes para o Sul. O estudo feito pela Macrologística Consultoria aponta que não há necessidade de duplicar toda a BR-470.

A análise apontou que o único trecho da rodovia que necessita de duplicação urgente para o fluxo de veículos de passageiros é entre Blumenau e Indaial. É que no trecho entre Blumenau e a BR-101 há duplicação na prática porque a região conta com duas ligações até o Litoral. Uma é pela BR-470 e a outra, pela SC-470, a Rodovia Jorge Lacerda.

Entidades reagem a estudo

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O fato da BR-470 não estar entre as prioridades para duplicação repercutiu mal entre o meio empresarial de Blumenau. Todos ressaltaram que ainda não haviam tido acesso ao estudo, mas que já está consolidada a urgência na duplicação da rodovia. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau, Paulo Cesar Lopes, supôs que houve algum equívoco. Lopes diz que a duplicação da rodovia é importantíssima tanto do ponto de vista econômico para SC quanto para o Vale, quanto o próprio risco à população que usa a BR-470.

– Dizer que a BR-470 é um gargalo já é quase um elogio. A situação dela está insustentável há muito tempo. A duplicação do primeiro lote não é suficiente – avalia Lopes.

A necessidade urgente e a alta prioridade da duplicação da 470 está mais que comprovada, acredita Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau e Região. Kuhn explica que a rodovia em pista simples tem estrangulado o crescimento da região. Com a capacidade esgotada, a ligação entre o Oeste e dois dos principais portos de SC prejudica o desenvolvimento do Estado.

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– É inconcebível que não tenhamos um acesso duplicado. A 470 está estrangulando nossa capacidade de crescimento – acredita Kuhn.

Osmar Ricardo Labes, presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas de SC, concorda:

– Fico surpreso em saber que a duplicação não é prioridade. Essa rodovia é importantíssima para SC e está saturada há muito tempo.

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