Após três anos em velocidade inconstante, o projeto de duplicação da BR-280 embalou e está na reta final, após o empurrão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. É um projeto aguardado – e sempre postergado – há pelo menos dez anos, mas que a empresa contratada pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) tem até o fim deste mês para concluir. A espera não é sem motivo. A 280 duplicada desafoga o fluxo de uma das principais vias de escoamento de produtos catarinenses. E de uma coisa quem mora à beira da rodovia, e sempre sofreu com a dificuldade para atravessá-la, não poderá reclamar: serão 28 viadutos e ao menos dez passarelas.
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De acordo com o cronograma inicial, a obra deve começar no primeiro semestre de 2009. Antes, é preciso finalizar o estudo de impacto ambiental, o EIA-Rima. Na semana passada, DNIT, Ibama e técnicos de várias áreas se reuniram na Univille para apresentar as atualizações do estudo. O EIA-Rima deve sair em outubro. Aí, a licitação estará pronta e o edital será lançado. Ao menos foi o que prometeu a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ela esteve em Joinville em maio e garantiu que a duplicação será concluída até 2010.
O superintendente do DNIT, João José dos Santos, estabeleceu este mês uma meta um pouco mais realista: 2012. Cerca de R$ 120 milhões estão previstos no orçamento da União entre 2007 e 2010. Toda a duplicação deverá custar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. De acordo com o DNIT, o orçamento deste ano reservou para a obra R$ 50 milhões, dentro do PAC. O projeto executivo está orçado R$ 6,5 milhões.
O projeto prevê possíveis mudanças no traçado da rodovia. Uma das maiores alterações será do quilômetro três ao 11, em São Francisco do Sul. A rodovia vai passar por uma área ainda não construída, por trás da Vega do Sul. Nesse trecho, a 280 vira uma via local. O DNIT não quis divulgar mapas – teme especulação imobiliária (porque serão necessárias desapropriações de moradores) e não descarta que um eventual percalço force alterações.
Além de desafogar o transporte de mercadorias, a obra também quer tornar a via mais segura para os moradores da região. É grande o número de viadutos, diz o DNIT, porque também é grande a população que mora em volta da BR-280. Tantos viadutos vão encarecer um pouco a obra. Um elevado básico custa entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. Por baixo, seriam investidos entre R$ 56 milhões e R$ 84 milhões só em obras-de-arte básicas, como os engenheiros chamam viadutos.
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Túneis e pontes não estão nessa conta rasa. E haverá um grande túnel, de 1,1 quilômetro de extensão. Vai ligar Schroeder a Jaraguá do Sul. Como o custo é alto, deve haver um lote exclusivo para essa construção. Para o canal do Linguado, está programada uma grande ponte, com quatro pistas – duas em cada sentido. A extensão total será de 1,6 quilômetro. Haverá pelo menos mais uma ponte, de 200 metros, sobre o rio Itapocuzinho. A obra deve ser dividida em dois ou três lotes.