Era para ter ficado pronta em janeiro do ano passado, mas as máquinas esbarraram na necessidade de readequações no projeto e tiveram que desacelerar por conta de desapropriações, algumas que até hoje ainda não saíram. Ainda assim, aos poucos a rodovia Antônio Heil (SC-486), que liga Itajaí a Brusque, vai ganhando uma nova cara. A obra vai custar R$ 149 milhões e garantir mais fluidez ao trânsito, mas não blinda os motoristas imprudentes. Nos últimos dois anos o número de acidentes diminuiu (caiu de 215 para 195), mas a quantidade de mortes aumentou: em 2016 duas pessoas morreram nesse trecho, enquanto no ano passado foram sete mortes.

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– Esses acidentes são com maior gravidade, temos registrado mais vítimas naquela região. Nessa transição de trechos existem desvios que jogam o condutor para um lado da pista ou para outro, e que exige um pouco mais de atenção, então respeito de limite de velocidade e até outras normas de conduta nesses trechos são fundamentais – sinaliza o comandante do posto da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), sargento Vieira Ramos.

Dos 21 quilômetros, 15 deles estão duplicados. Segundo o governo estadual, o que ainda não foi feito ou é por conta da necessidade de adequar o projeto ou por falta de documentação pra concluir o processo de desapropriação. Segundo secretário-adjunto de Infraestrutura do Estado, Paulo França, a projeção do poder público é entregar a obra completa para o tráfego até a metade deste ano.

Quem passa todo o dia pela rodovia, principalmente os caminhoneiros, sabe o quanto a obra facilitou a vida de quem não tem uma rota alternativa e é obrigado a passar pela Antônio Heil para chegar até o destino. No entanto, a queixa de muitos motoristas é fazer este trecho, ainda em obras, à noite e com chuva. Há ainda o registro de vândalos que mudam os cones de lugar e induzem condutores ao erro.

– Tem pessoal que faz de má fé, quando você chega em cima da obra os cones não estão no devido lugar, se você tirar o veículo tem o perigo de tombar e dar até algum acidente – reclama o caminhoneiro Sérgio Ribas.

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A Secretaria de Infraestrutura informou que a empreiteira responsável pela obra está mantendo vigilantes ao longo do trecho e que redobrou o cuidado com a sinalização nos desvios. A PMRv pede cautela, especialmente porque não há iluminação pública no local.

Início do trevo de acesso à BR-101 está indefinido

Em relação ao entroncamento da Antônio Heil com a BR-101, o cenário não é positivo. O projeto da obra está pronto e o serviço foi contratado junto com a duplicação. No local será feito um trevo com quatro grandes alças de acesso à rodovia federal, mas ainda não se sabe quando a obra vai começar:

– Ainda não temos nem autorização para executar as obras que precisam ocorrer ali naquela área, são diversas alças e precisamos fazer desapropriações nos quatro lados da inteseção. A nossa expectativa de obras no entroncamento vai de oito meses a um ano, assim que nós tivermos a autorização. Fizemos um ajuste de adequação de projetos entre o governo do Estado e o governo federal e agora esse processo todo está em Brasília para que ele seja aprovado e autorizado – explica Paulo França.