Dois irmãos, suspeitos de tentar extorquir R$ 2 milhões de um médico de Joinville, foram presos em flagrante na quarta-feira, quando pretendiam entregar uma segunda correspondência à vítima.

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As ameaças iniciaram há uma semana, quando uma caixa com inscrições no nome da Prefeitura de Joinville chegou pelo correio. Dentro do pacote havia uma carta com algumas instruções. Em um pendrive havia três vídeos gravados pelos criminosos, que, cobertos com uma máscara e com as vozes distorcidas, deram novas instruções.

– Você está recebendo duas malas, no qual deverá ser colocado, em cada uma, R$ 1 milhão de reais – diz o criminoso em um dos trechos disponibilizados pela Polícia Civil.

A vítima acionou a Divisão de Investigação Criminal assim que recebeu a correspondência. A caixa foi apreendida e levada para análise no Instituto-geral de Perícias, com o intuito de preservar possíveis indícios de autoria. Porém, os peritos constataram que não havia nenhuma impressão digital nos objetos.

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Nos vídeos, os criminosos mostram que o médico e toda a família estavam sendo monitorados e os ameaçavam de morte caso não pagassem o valor solicitado. Até imagens do filho do casal sendo levado para a escola aparecem nas gravações.

– Eles estudaram a vida da vítima, ficaram um bom tempo perseguindo e levantando informações. Foi um trabalho minucioso e premeditado. O terror foi tão grande que a família tomou medidas drásticas de segurança – revelou o delegado responsável pela investigação, Jeferson Prado Costa.

A polícia conseguiu identificar os dias em que os suspeitos monitoravam as vítimas e os veículos utilizados no crime.

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Na madrugada de quarta-feira, um dos suspeitos foi preso em flagrante quando tentava entregar a nova correspondência à vítima. O irmão foi preso em seguida. Na casa de um deles foram encontradas mais evidências da prática da extorsão, como o notebook utilizado para fazer as gravações, a roupa e documentos.

Durante o interrogatório na delegacia, os irmãos confessaram que o sogro de um deles, que já foi empregado da família, teria passado informações pessoais das vítimas. O sogro também pode ser indiciado por participação no crime.

Os irmãos já estão no Presídio de Joinville. Em princípio, eles responderão por crime de extorsão. Porém, ao final do inquérito também poderão ser indiciados por associação criminosa. Os suspeitos não tinham passagens pela polícia.

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Veja um trecho das gravações feitas pelos criminosos: