O incêndio que atinge a maior unidade de conservação de Santa Catarina pode ter sido criminoso. Segundo o tenente Anderson Satre, que comanda a operação de combate às chamas no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, testemunhas relataram que homens sem camisa cruzaram pela região em uma moto azul. A dupla é suspeita de ter ateado fogo em diferentes pontos do parque.

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– E isso faz sentido, já que os focos são multiplos e estão em locais distintos. A situação está bastante grave. O ponto mais crítico está a cerca de dois quilômetros de residências no bairro Morretes – explicou o tenente.

O modelo da moto usada pela dupla não foi identificado. Testemunhas, no entanto, informaram que trata-se de um veículo de cor azul com placa M-E-S 15 01.

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Em razão da proximidade com as casas, alguns moradores da região estão sendo removidos pela Defesa Civil.

(Foto: Charles Guerra / Agência RBS)

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

Reforço nas equipes:

Na tentativa de intensificar o combate às chamas, 30 alunos dos bombeiros foram chamados na tarde desta quarta-feira. Eles irão se juntar ao reforço que foi acionado de outras cidades e bairros como Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Estreito e Trindade.

Cenário de destruição:

Os relatos das equipes que percorrem o parque para combater o incêndio dão conta de um cenário de devastação. A estimativa é de que 45 hectares tenham sido consumidos. Moradores reclamam da dificuldade para respirar em razão da espessa camada de fumaça. Nas vias internas, motoristas redobram a atenção com a baixa visibilidade.

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Morte de animais:

A técnica-administrativa do parque, Morgana Eltz, ainda não tem detalhes sobre as perdas no parque, mas lamenta que muitos animais podem ter morrido com o fogo.

– A situação é terrível. A área queimada é praticamente irrecuperável. Animais que não conseguiram fugir acabaram morrendo. São roedores, aves, cobras e até o gato-do-mato, que é um animal emblemático aqui do parque – relatou Morgana – Precisamos de ajuda. O pessoal está trabalhando forte, mas não está dando conta – concluiu.

Em meio ao incêndio, uma capivara foi fotografada fugindo. Ela cruzou a rodovia e buscou refúgio em moradias próximas.

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Segundo os técnicos do parque, dentro da área atingida pelo fogo está a vegetação de restinga, considerada importante para a biodiversidade, preservação de animais e do banhado.

Por volta de 12h30min, os helicópteros deixaram a região para buscar água. Chegou a ser cogitado o pedido de socorro para a Força Aérea, para utilização de um avião tanque no combate ao incêndio.

(Foto: Charles Guerra / Agência RBS)

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

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