A equipe de Blumenau volta à quadra nesta terça-feira, às 20h, pela Liga Ouro, a divisão de acesso do basquete verde-amarelo. Vindo de três derrotas consecutivas, os blumenauenses enfrentam o Santos-AP no Ginásio Sebastião Cruz, o Galegão. Liderados pelos americanos Deonta Stocks e Tarvin Gaines, buscam a reabilitação no torneio. Conheça mais sobre os gringos que têm se destacado na competição defendendo as cores da cidade:

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DEONTA STOCKS

28 anos

Natural de Atlanta, Geórgia. Graduado em Administração pela Universidade de West Georgia.

– Uma cidade: Miami

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– Um filme: He got game (Jogada decisiva, 1998)

– Uma comida: Brócolis

– Uma música: I Believe I Can Fly (R. Kelly)

– Um jogador de basquete: Kobe Bryant

Um jovem que soa sério demais para um rapaz que decidiu levar a vida com o esporte. Pode ser a distância de casa, afinal Atlanta, no estado da Geórgia (EUA), fica a algumas milhas de distância de Blumenau. Mas pode apenas ser a seriedade com que o armador Deonta Stocks encara o desafio de se destacar na profissão que escolheu em um país tão diferente e tão distante. Ou ainda para que seja possível conversar com quem pouco conhece seu idioma nativo. Difícil saber.

Fato é que o jovem brilha na equipe do Blumenau, onde atua há três partidas ao lado do conterrâneo Tarvin Gaines (leia sobre ele na próxima página). Stocks é o líder em roubadas de bola na Liga Ouro: 4,3 por partida, em média. O projeto, a curto prazo, é ajudar o time a estar entre os quatro primeiros na classificação geral e passar para a próxima fase da competição.

– Posso ajudar sendo um líder, mantendo todos unidos, fazendo as coisas acontecer, levando o melhor em cada jogo e incentivando todos a fazerem o melhor de cada um. É uma competição, então temos que competir – garante, destacando o alto nível da competição, principalmente na parte física.

Para o fã de Kobe Bryant – uma das maiores estrelas da história recente da NBA, a liga americana, e do basquete mundial – o esporte fala mais alto. Apesar de ter estudado Administração (Finance and Business) quando frequentava a universidade de West Georgia, os planos de futuro do americano só envolvem a bola laranja. Após encerrar a carreira dentro das quadras, que pretende estender “até quando o corpo aguentar”, quer ser professor e técnico.

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A recepção em Blumenau não poderia ter sido melhor, ele avalia. Após aceitar a oportunidade, ele conta que pesquisou uma coisa ou outra sobre a cidade, viu algumas imagens na internet e buscou saber mais sobre a equipe que o trouxe para o Vale do Itajaí. Diferente do compatriota, não considera o idioma um obstáculo e acredita que a tecnologia sempre pode ajudar:

– Estava na Itália no ano passado, e o português é muito parecido com italiano e espanhol, então eu não diria que é difícil, talvez confuso. Mas as pessoas são ótimas, muito legais, e se a comunicação é difícil uso o tradutor do Google, na maioria das vezes para o trabalho.

TARVIN GAINES

– 26 anos

– Natural de West Memphis, Arkansas. Graduado em Direito pela Universidade de Jacksonville State.

– Uma cidade: Rio de Janeiro

– Um filme: Above the rim (O lance do crime, 1994)

– Uma comida: Massa

– Uma música: Migos (T-shirt)

– Um jogador de basquete: Carmelo Anthony (ala do New York Knicks)

Às vezes a ficção dá um empurrãozinho na realidade para abrir os caminhos. Foi assim que o gosto por seriados policiais como Law & Order (Lei e Ordem) que o jovem Tarvin Gaines, nascido e criado na cidade de West Memphis, no estado do Arkansas, nos Estados Unidos, escolheu o curso de Direito na Jacksonville State, a universidade onde estudou e também jogou. Mas o desejo despertado pelas séries de ser um agente do FBI ficou no passado. O lance de Gaines é o basquete.

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O ala é o outro reforço gringo da equipe de Blumenau na Liga Ouro de basquete e após três atuações pelo novo time brasileiro já tem a melhor média da competição: 17,7 pontos por jogo. Esta, porém, não é a primeira passagem dele pelo Brasil. Gaines já defendeu o time de Sorocaba e chegou a jogar o Novo Basquete Brasil (NBB), a elite nacional. Mas agora o foco é Blumenau:

– Depois de Sorocaba deixei o Brasil, joguei na Europa, e de lá voltei porque gosto do Brasil. Gosto do clima, do povo daqui, e quero fazer o meu nome, conhecer mais e mostrar o que posso fazer.

Para o ala, que é fã de Carmelo Anthony, atleta do New York Knicks, o maior desafio de morar fora do país onde nasceu é o idioma. Sabendo apenas poucas palavras em português – basicamente o essencial para se comunicar com os companheiros de jogo – ele conta que ainda não conseguiu conhecer muito bem tudo que o Vale do Itajaí tem para oferecer. Antes de assinar o contrato, pesquisou sobre Blumenau e Santa Catarina, e decidiu que seria interessante passar um tempo no Sul do Brasil.

– Soube que o clima era quente, tinha menos chuva, então podia usar camisetas, bermudas e chinelos, e isso é bom. E Santa Catarina é um estado muito bonito. Também pesquisei um pouco sobre a história e as coisas que precisava saber: onde ir, onde não ir e como a cidade era. Eu e o Deonta caminhamos às vezes, mas não sabemos muito onde ir. Já nos falaram de algumas praias, mas agora o nosso foco é treinar.

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Para colaborar com a classificação de Blumenau na Liga Ouro, o americano traz, além da experiência em outras competições, foco, determinação e vontade de trabalhar, como ele mesmo define:

O campeonato é muito físico comparado a outras ligas, tem bastante contato, você tem que estar muito preparado mental e fisicamente – avalia.