Milhares de camarões da espécie Peisos petrunkevitchi voltaram a aparecer mortos em pelo menos três praias do Norte da Ilha de Santa Catarina. A maioria foi encontrada na areia, enquanto outros puderam ser vistos boiando nas águas de Canasvieiras, Jurerê e Lagoinha, formando uma mancha vermelha no mar.

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Em duas semanas, esta é a segunda vez que esse fenômeno acontece em Santa Catarina. No fim de abril, milhares de crustáceos da mesma espécie surpreenderam moradores das praias do Norte da Sul da Ilha e também da Meia Praia, em Itapema. Na ocasião, os exames não detectaram nenhum tipo de contaminação, nem alteração morfológica nos crustáceos que pudesse justificar a mortandade.

Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Agência RBS

Segundo a professora de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Andrea Freire, que analisou as primeiras amostras, os indícios apontam para um encalhe natural, já que trata-se de uma única espécie de camarão e também de alguns deles chegarem vivos na areia. A causa provável da mortandade pode ser a mudança de temperatura da água e vento forte.

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Técnicos da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) estiveram no local, na manhã deste sábado, para fazer novas coletas do animal. O gerente de Análise da Qualidade Ambiental da Fatma, Haroldo Tavares Elias, explica que as amostras serão enviadas ao Laboratório de Patologia Marinha da UFSC para verificar se os crustáceos estão com algum organismo patogênico que venha a explicar a mortandade.

Os camarões da espécie Peisos petrunkevitchi são menores que um dedo – não medem mais do que três centímetros de comprimento – e vivem na meia água, nadando em cardumes, em locais com até 50 metros de profundidade. É uma espécie costeira – comum na Argentina, Uruguai, Sul e Sudeste do Brasil -, que não aparece no fundo, como os camarões rosa, branco, ferrinho, sete barbas e outros que são pescados comercialmente.