As quenianas Koki Manunga e Joyce Zakary foram suspensas de forma provisória pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) depois de terem sido flagradas em exames antidoping” durante o Mundial de Pequim, anunciou a entidade nesta quarta-feira.
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“Koki Manunga e Joyce Zakary aceitaram a suspensão provisória depois de exames efetuados em 20 e 21 de agosto, respectivamente”, anunciou a IAAF num comunicado.
Ambas são atletas de ponta do Quênia, Zakary nos 400 m e Manunga nos 400 m com barreiras.
A IAAF explicou que os exames foram realizados no hotel antes da competição, mas não divulgou detalhes sobre o tipo de substância encontrada.
De acordo com SportNewsArena.com, site queniano de informações esportivas, as atletas “foram flagradas por uso de um produto que serve para mascarar uma substância desconhecida, provavelmente a nandrolona, e foram informadas poucas antes do Quênia conquistar a primeira medalha da sua história nos 400 m com barreiras, com o ouro de Nicholas Bett”.
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Na segunda-feira, Zakary participou das séries classificatórias do 400 m, e tinha se classificado para as semifinais, com tempo de 50 segundos e 71 centésimos, novo recorde queniano.
A atleta de 29 anos, no entanto, não se apresentou para a largada da sua semifinal no dia seguinte.
Já Manunga foi eliminada nas séries dos 400 m com barreiras no domingo, com tempo de 55.82, muito longe da sua melhor marca (55.82), que é o recorde nacional, estabelecido em 11 de julho, em Nairóbi.
– Sombra do doping –
O Quênia já estava no olho do furacão, por conta de revelações na imprensa de que produtos dopantes circulam com muita facilidade no país.
Nos últimos anos, 35 atletas quenianos foram flagrados, colocando sob suspeita a hegemonia nas provas de meio-fundo.
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A suspensão de Manunga e Zakary mostra que as provas de velocidade tampouco escapam do problema.
A sombra do doping vem pairando sobre este Mundial, desde as revelações bombásticas da emissora alemã ARD e o jornal britânico Sunday Times, no início do mês.
Os veículos de comunicação se basearam em 12.000 análises de sangue procedentes de uma base de dados da IAAF, para alegar que um terço das medalhas conquistadas em Mundiais e Olimpíadas nas provas de meio-fundo até a maratona entre 2001 e 2012 apresentariam valores suspeitos.
Cinquenta atletas já condenados por doping conseguiram se inscrever para este Mundial depois de cumprir suspensões, como o velocista Justin Gatlin, que conquistou a prata nos 100 m.
O Quênia já conquistou cinco medalhas na capital chinesa. Além de Bett, nos 400 com barreiras, David Rudisha se sagrou bicampeão mundial dos 800 m, assim como Vivian Cheruiyot nos 10.000 m, enquanto Ezequiel Kemboi faturou o tetra nos 3.000 com obstáculos.
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Nesta quarta-feira, pouco depois do anúncio do doping de Manunga e Zakary, Julius Yego levou o quinto ouro do país, no lançamento de dardo.
* AFP