Duas mortes na Bahia foram confirmadas como tendo sido causadas por Febre Oropouche. Estas seriam as primeiras mortes pela doença no Brasil. A causa dos óbitos foi confirmada nesta terça-feira (23) pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), e ainda são investigadas pelo Ministério da Saúde.

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O ministério investiga também uma morte pela doença de um paciente do Paraná, mas que teria como local de infecção Santa Catarina. A pasta confirmou ao NSC Total que o paciente tinha histórico de viagem à região de Blumenau. A vítima foi diagnosticada no Paraná e a doença causou a morte do paciente também no estado vizinho.

Sintomas da Febre Oropouche, Dengue e Chikungunya

Uma morte pela doença, causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (Orov) e transmitida pelo mosquito maruim, foi de uma mulher de 21 anos, registrada em 27 de março. Ela morava no município baiano de Valença. A segunda vítima também é uma mulher, de 24 anos, moradora de Itabuna e que morreu em 10 de maio.

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Só em 2024, o Brasil já registrou 7.236 casos da doença em 16 Estados. Em Santa Catarina, 141 pessoas foram confirmadas com a doença de abril a 16 de julho. O número nacional representa um aumento de 770,19% em relação aos 832 casos confirmados no ano passado. Registros da doença que antes estavam concentrados no Norte do país passaram a ocorrer também em outros estados este ano.

Ministério da Saúde investiga primeiro caso de morte suspeita por Febre Oropouche em SC

Maioria dos casos de SC está no Vale

Em Santa Catarina, a maioria dos casos está em Luiz Alves, no Vale do Itajaí: 65 confirmados. Em seguida, está o município de Botuverá, na mesma região, com 35. Outras 12 cidades de Santa Catarina também tiveram casos registrados:

  • Antônio Carlos – 2 casos 
  • Benedito Novo – 1 caso 
  • Blumenau – 9 casos
  • Botuverá – 35 casos 
  • Brusque – 7 casos 
  • Corupá – 3 casos 
  • Guabiruba – 1 caso 
  • Guaramirim – 1 caso
  • Ilhota – 5 casos 
  • Jaraguá do Sul – 1 caso 
  • Luiz Alves – 65 casos  
  • São Martinho –  1 caso 
  • Schroeder – 7 casos 
  • Tijucas – 2 casos

O diretor da DIVE, João Augusto Brancher Fuck, diz que desde o início dos primeiros casos, o Estado realiza ações de apoio aos municípios junto com equipes do Ministério da Saúde. 

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— Os primeiros casos foram identificados no município de Botuverá, no Vale do Itajaí e isso acabou sensibilizando toda a região. Mas temos que lembrar que o local tem muita presença do mosquito maruim, que é o vetor associado a transmissão dessa doença — fala.

As orientações para evitar a picada do mosquito incluem, segundo o diretor, ações de cuidados individuais, como evitar o acumulo de lixo e folhas, para frear a reprodução do inseto.

Quais os sintomas da Febre Oropouche

A doença é causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960.

O Ministério da Saúde explica que a febre oropouche pode ser confundida com a dengue. A doença tem sintomas como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e articular. Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.

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Os sintomas podem durar de dois a sete dias. No entanto, até 60% dos pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas, após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais. A maioria das pessoas não tem sequelas, mesmo em casos mais graves. Até o momento, não há tratamentos específicos para a Febre Oropouche. O tratamento apenas alivia os sintomas.

*Com informações da Agência Brasil

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