Duas pessoas foram presas, dois servidores municipais foram afastados de suas funções e cinco pessoas conduzidas para depoimento em operação policial realizada nesta quinta-feira, no Oeste.

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Entre os crimes investigados estão fraude em concurso público no município de Entre Rios e irregularidades em licitação nos municípios de Entre Rios, Quilombo e Campo Erê.

Onze promotores de justiça, 32 policiais civis e militares e um auditor da receita estadual participaram da ação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).

Houve 15 pedidos de busca e apreensão e dez de apresentação imediata de documentos nas comarcas de Xaxim, Xanxerê, Quilombo e Cunha Porã.

Um dos presos é um empresário de Quilombo, do ramo de construção civil. Outro preso é um secretário de Entre Rios, suspeito de crime contra dignidade sexual. Os nomes não foram divulgados.

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As operações foram batizadas de “Carta Certa” e “Deu Bandeira”

De acordo com os promotor de Justiça de Xaxim, Diego Roberto Barbiero, e de Chapecó, Júlio Fumo Fernandes, as investigações iniciaram há seis meses, quando o Ministério Públio recebeu uma denúncia de fraude em concurso público.

A Prefeitura de Entre Rios fez um concurso no início de 2014 para vários cargos. Meses depois contratou uma empresa por carta convite, pois o valor era baixo, para aplicar prova para preencher dois cargos, um deles de procurador jurídico.

– Quem elaborou a prova era uma pessoa próxima ao candidato aprovado no concurso – revelou o promotor Diego Roberto Barbiero.

Desta investigação iniciou a operação “Carta Certa”. A partir dessa investigação foram levantadas suspeitas de outras irregularidades no município. Então surgiu a operação “Deu Bandeira”.

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– Seis salas de uma escola custaram R$ 1,1 milhão – indignou-se o promotor.

Há suspeita de que ocorreu o mesmo problema em Campo Erê.

E em Quilombo um ginásio que era para ter piso liso, acabou sendo feito com material de qualidade inferior.

Todas as obras pertenciam à construtora que teve seu proprietário preso. Ele teria contato nas prefeituras para obter vantagens indevidas em licitações.

– A empresa recebia valores superiores aos executados e utilizava materiais de qualidade inferior – disse Barbiero.

De acordo com os promotores dentro de dez dias devem ser analisados os documentos apreendidos e, em 15 dias, deve ocorrer a denúncia. Os servidores públicos afastados eram de Quilombo e Entre Rios.

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Tentamos entrar em contato com as prefeituras mas em nenhuma delas as ligações foram atendidas na tarde desta quinta-feira.